Em São Luís, dezenas de instrutores se reuniram em frente ao Parque do Rangedor e saíram em carreata para a Alema.
-novembro 10, 2025
Em São Luís, dezenas de instrutores se reuniram em frente ao Parque do Rangedor e saíram em carreata para a Alema.
Enquanto uma proposta do Governo Federal para a flexibilização do acesso à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias A (motos) e B (carros) segue em fase de consulta pública, trabalhadores dos Centros de Formação de Condutores (CFCs), popularmente conhecidos como autoescolas, manifestam contrariedade à medida.
Nesta quinta-feira (23), uma mobilização foi organizada pela categoria em cidades espalhadas pelo país. Em São Luís, dezenas de instrutores de autoescolas enfileiraram carros em frente ao Parque do Rangedor, antes de seguirem para a Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema).
A manifestação foi pensada com o objetivo de pressionar a classe política para que a proposta do Governo Federal e do Ministério dos Transportes seja revista. O texto atual, que segue em consulta pública até o dia 2 de novembro, prevê que as aulas práticas e teóricas deixem de ser obrigatórias, e que instrutores autônomos credenciados possam dar as aulas, tirando a exclusividade dos CFCs.
Os trabalhadores de autoescolas acreditam que a aprovação da proposta pode gerar desemprego em massa. Em todo o Brasil, cerca de 300 mil pessoas trabalham como instrutores, como Amauri Praseres, que se mostra preocupado: “nós queremos engajar a sociedade em geral, os políticos em geral, para carregar essa bandeira, porque nós estamos defendendo o pão de cada dia de várias famílias. E quanto mais nós formos, somamos melhor com a sociedade.”
Os principais argumentos favoráveis à implementação das novas regras para a obtenção da CNH estão relacionados à redução de custos. O Governo Federal estima que os candidatos possam reduzir o gasto em até 80% na comparação com os valores atuais.
Contudo, há uma preocupação com a possibilidade de a flexibilização resultar no aumento de problemas no trânsito, por exemplo, com a habilitação de instrutores e condutores desqualificados. “A gente se capacita para fazer essa função. E essas mudanças que eles estão querendo fazer faz com que pessoas não capacitadas, não treinadas, possam vir para a via pública e ensinar outras pessoas”, afirma Hailton Dias, também instrutor.