Vini Jr. vai liderar grupo antirracismo da Fifa

Alvo de ataques racistas recorrentes no Campeonato Espanhol, o atacante brasileiro Vini Jr., do Real Madrid, vai liderar um comitê especial antirracismo criado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), informou a entidade nesta quinta-feira (15).

O convite a Vini Jr. foi confirmado pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, durante visita à concentração da seleção brasileira em Barcelona, na Espanha, onde a equipe vai enfrentar a Guiné em um amistoso no próximo sábado.

Vini Jr.: símbolo contra o racismo

No dia 21 de maio, Vini Jr., foi alvo de ataques racistas pela décima vez no Campeonato Espanhol, organizado pela LaLiga. Os insultos foram proferidos por torcedores na derrota fora de casa do Real Madrid para o Valencia, por 2 a 1.

Os ataques recorrentes a Vini Jr. desencadearam manifestações de apoio ao jogador em todo mundo e transpuseram a barreira do futebol, tornando-se um debate político entre Brasil e Espanha. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade ao jogador e cobrou que autoridades esportivas tomem medidas sérias para combater a discriminação racial no futebol.

O governo brasileiro emitiu uma nota conjunta de cinco ministérios em repúdio ao racismo contra o brasileiro na Espanha. Os Ministérios do Esporte, da Igualdade Racial, das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública e dos Direitos Humanos e da Cidadania assinam o texto.

Entre inúmeras iniciativas, no começo dessa semana, a CBF e a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) lançaram a campanha “Uma só pele”, contra o racismo.  

No amistoso de sábado, pela primeira vez em 109 anos de história, a seleção brasileira masculina de futebol entrará em campo com o uniforme totalmente preto, em mais uma ação organizada pela entidade para combater o racismo.

No sábado, a cantora Anitta vestiu uma camisa em homenagem a Vini Jr. durante sua apresentação na final da Champions League.

Nesta quinta, Vini Jr. concedeu uma coletiva de imprensa, na qual agradeceu todo o apoio que tem recebido.

“Quero seguir [em frente] por todos os jovens que sofrem e não têm a voz que tenho. Um dia dei uma entrevista falando que queria que todos os brasileiros torcessem por mim, e acho que estou cada vez mais perto disso”, declarou o atacante.

“Vejo todos na internet me dando muito apoio, me acompanhando, me desejando sorte, não só no futebol, mas também fora dele. E pessoas de outros meios que antes não me acompanhavam e agora começaram a me acompanhar. Fico feliz com isso e cada vez mais seguirei firme por aqueles que não têm oportunidade de lutar”, destacou.

Fonte: DW Brasil

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