Durante o julgamento do TJD-PR, na noite da quarta-feira, por conta de uma briga no último Athletiba, o auditor Rubens Dobranski, presidente da 3ª comissão disciplinar, disse que os técnicos portugueses que estão no Brasil parecem querer “marcar território”, e ainda citou Abel Ferreira, do Palmeiras, diante do comandante António Oliveira, do Coritiba, que contestou. Veja o diálogo abaixo.
As três equipes – Palmeiras, Athletico-PR e Coritiba -, repudiaram nesta quinta (2) a fala, que foi denunciada ao Ministério Público do estado pela Cáritas Brasileira Regional Paraná, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O MP-PR vai analisar e pode abrir uma investigação.
António Oliveira foi expulso no clássico diante do Athletico, mas conseguiu absolvição na comissão e não pegou gancho. Diante da fala do auditor, o técnico pontuou que “não olha as culturas, as raças e as nacionalidades” quando avalia a ação de alguém.
Diálogo entre auditor Rubens Dobranski e técnico António Oliveira
RD: Estou preocupado, porque os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão querendo marcar território. É o caso do técnico do Palmeiras, que chuta ?balde d?água?, chuta microfone, sempre é advertido com cartão amarelo. E se não me engano, o senhor aqui quando chegou ao Coritiba, não sei se foi na quarta ou quinta rodada, já cumpriu suspensão por três cartões amarelos. Confere? Confere isso? O senhor foi suspenso por três cartões amarelos?
AO: Sim, senhor.
RD: Não sei se foi na quarta ou quinta rodada, o senhor já cumpriu essa pena, correto?
AO: Correto.
RD: Então, o senhor veja, um técnico de futebol, na quarta ou quinta rodada, já cumpre uma suspensão de uma partida por três cartões amarelos. O senhor não acha que está sendo, assim, muito reclamão com os árbitros aqui do país?
AO: Podemos expor o contrário. Eu, na vida, não olho as culturas, as raças e as nacionalidades.
RD: Nós também não. Só estou vendo que tem vários casos.
AO: O doutor acabou de dizer que os portugueses estão a tentar marcar território.
RD: Porque está sendo comum isso acontecer.
AO: Mas isso é uma opinião do doutor. Não é a minha, respeito muito. Cada um é como cada qual. Não olho nacionalidade, não olho religiões, não olho cores. Para mim as pessoas, cada uma tem sua índole, sua educação e sua formação. Eu tenho a minha, a minha forma de viver o jogo.
Fonte: SBT News