Entrevista: empresário Marcelo Germano destaca gestão, liderança, inovação e desafios do empreendedorismo

Em São Luís para participar do COLLAB JOVEM, parte da programação dos 171 anos da Associação Comercial do Maranhão (ACM), o empresário, mentor e especialista em gestão empresarial, Marcelo Germano concedeu entrevista ao programa Negócios, da TV Difusora, sobre gestão, liderança e desafios do empreendedorismo.

Emppreário há 23 anos, Germano é o criador do método Empresa Autogerenciável (EAG), uma metodologia voltada para donos de pequenas e médias empresas que desejam estruturar seus negócios e conquistar mais autonomia na rotina empresarial. O especialista desenvolveu a metodologia ao perceber que o jeito que pequenas e médias empresas trabalhavam não funcionava e suas horas de trabalho não seriam suficientes sem aprender a delegar e gerir.

Além disso, Marcelo Germano criou o Movimento Empresa sem Caos, promovendo equipes autogerenciáveis e pessoas capacitadas para tomar decisões, com uma metodologia baseada em seis pilares: domínio pessoal, cultura, liderança, gestão, finanças e tração

Confira a entrevista completa que foi feita pelo apresentador do programa Negócios, Adalberto Melo:

Qual a importância dos processos dentro de uma empresa?

Marcelo Germano: O processo é um fundamento da empresa. Quando pensamos em qualidade, precisamos considerar o tripé: pessoas, processos e tecnologia. Pessoas capacitadas, processos que tragam eficiência e resultados consistentes, e tecnologia que apoie tudo isso. Esse tripé é o que garante qualidade e faz a grande diferença.

Tem uma frase sua que é “líder que é líder, bate meta com o time, fazendo o certo”. Qual a diferença dessa visão em relação ao modelo tradicional de liderança?

Marcelo Germano: Não basta só cobrar metas. É preciso dar clareza ao time sobre quais são as metas e quais processos e sistemas vamos usar para alcançá-las. O líder precisa recrutar as pessoas certas, treinar, inspirar e conquistar o time pela causa da empresa. E “fazer o certo” está ligado a valores: ética, integridade, senso de dono, cultura de alta performance. Liderar é contratar bem, treinar, dar feedback, corrigir, reconhecer e recompensar.

E a área financeira, qual o papel dela dentro da metodologia EAG?

Marcelo Germano: As finanças contam a história da empresa. Quando olho um DRE, consigo entender se a liderança é boa, se a cultura é forte e se a empresa é eficiente. Costumo dizer: faturamento é vaidade, lucro é sanidade e caixa é rei. Se vejo, por exemplo, uma linha alta em rescisões, já sei que há problemas de liderança, cultura e contratação. O número revela tudo.

Como fica a atração e a manutenção de clientes na sua metodologia?

Marcelo Germano: Uma empresa precisa atrair novos clientes para crescer, mas não pode perder os que já tem. O objetivo é manter o cliente pelo maior tempo possível, em qualquer ramo de atuação. O sucesso vem do equilíbrio entre conquistar e reter.

Que conselho você daria para quem quer empreender? Quais os maiores desafios de quem começa uma empresa?

Marcelo Germano: Primeiro, o Brasil precisa de empreendedores. Mas é fundamental ter três coisas: paixão pelo que faz, habilidade para executar e olhar para a demanda do mercado. O maior conselho é: desenvolva novas competências constantemente. Eu tenho uma frase, que é: ‘as habilidades que te trouxeram até aqui, não são as mesmas que vão te levar pro próximo nível’.

Então, além de paixão, habilidade e demanda, você vai ter que continuar estudando pro resto da tua vida, desenvolvendo sempre novas competências e principalmente, buscando entender quem é você. Quando você se conhece e você desenvolve novas competências, você vai criar um negócio incrível.

E como você enxerga a importância de uma entidade tradicional como a Associação Comercial do Maranhão, que já tem 171 anos, mas busca se renovar?

Marcelo Germano: O associativismo tem um papel fundamental em fomentar negócios, conexões e conhecimento entre empresários. O Maranhão é exemplar nesse aspecto. Para mim é uma honra servir a Associação e os empreendedores do estado, porque acredito que o empreendedorismo é o que vai transformar o Brasil.