Um estudo produzido pela Organização Não Governamental (ONG) Todos pela Educação e continuado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 137 mil crianças de 0 a 3 anos de idade não tiveram acesso a creches no estado do Maranhão em 2023.
Em números percentuais, isso significa que cerca de 32% das crianças maranhenses não frequentaram creches no ano passado devido a falta de vagas suficientes e à ausência de escolas próximas às crianças. No cenário nacional, o Maranhão fica apenas atrás dos estados do Acre (48%), Roraima (38%), Pará (35%), Piauí (33%) e Espírito Santo (33%).
O IBGE-MA por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) concluiu que no Maranhão há um total de 421 mil crianças na faixa etária de 0 a 3 anos. Desse total, 150 mil (35,8%) frequentaram a creche em 2023 e 271 mil (64,5%) não frequentaram. Das 271 mil que não frequentaram, 137 mil (32%) não frequentaram por falta de oferta do poder público.
“Esse percentual de 32% representa cerca de 137 mil crianças que precisam de um atendimento em creche, mas infelizmente não são atendidas. É um percentual que se situa entre os maiores percentuais dentre os 16 estados brasileiros que tem um percentual de não atendimento acima da média do Brasil”, explicou José Reinaldo Ribeiro, tecnologista em informações geográficas e estatísticas do IBGE/MA.
Essa pesquisa é realizada periodicamente pelo IBGE e reúne informações sobre acesso ao ensino, analfabetismo, escolaridade, abandono escolar, condição de estudo e situação de trabalho.
A creche é a primeira etapa da Educação Básica e apesar de não haver obrigatoriedade da matrícula, a oferta de vagas é um dever constitucional e um direito das crianças e famílias.
“O certo é que nós precisamos melhorar esse indicador, independente do percentual das outras federações. De tal modo que pais e responsáveis por essas crianças, para terem maior tranquilidade ao sair de casa para ir em busca de um emprego ou trabalhar, elas possam deixar suas crianças melhor protegidas”, concluiu Reinaldo José Reinaldo Ribeiro