Banco Central reduz a taxa de juros para 12,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) decidiu cortar a taxa referencial de juros da economia brasileira em 0,50 ponto percentual. É o terceiro corte da mesma proporção arbitrado pelo comitê. A decisão foi unânime entre os diretores do BC e a taxa em vigor passa a ser de 12,25% ao ano. 

No comunicado que se seguiu à decisão, a autoridade monetária ressalta que o “ambiente externo mostra-se adverso, em função da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países e de novas tensões geopolíticas”. E em referência ao cenário interno brasileiro, ” o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, mas segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação, enquanto as medidas mais recentes de inflação subjacente ainda se situam acima da meta para a inflação”.

Juros futuros

Ao confirmar novo corte de 0,50pp, o Copom “assina embaixo” das projeções contidas no Boletim Focus para o ano: na edição de 30/10/23, as instituições financeiras consultadas projetaram taxa Selic encerrando o ano de 2023 em 11,75% ao ano – exatamente por contarem com dois cortes de 0,50pp até o fim do ano. Como a decisão foi tomada com a Bolsa de São Paulo já fechada, os negócios não foram “diretamente” atingidos, mas tiveram espaço nas discussões ao longo do pregão. No encerramento, o Ibovesp marcou  alta de 1,69% aos 115.053 pontos. 

No câmbio, o dólar recuou1,36% para ser cotado para venda a R$ 4,973.

Repercussões

Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital

“O comunicado apresentou uma combinação de elementos. Por um lado, as questões-chave foram mantidas, como o uso do plural na frase sobre passos futuros e a análise do balanço de riscos. Por outro lado, o cenário internacional ganhou destaque em três novas situações, e a palavra “cautela” foi mencionada duas vezes. O Banco Central segue o plano de flexibilização com cortes ao ritmo de 50 pontos-base, mas buscou demonstrar reconhecimento do ambiente externo mais desafiador”.

Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez

“O comitê endureceu o tom ao atualizar o balanço de riscos que absorveu maior incerteza advinda do cenário externo. Quanto aos desdobramentos domésticos, o Copom sinalizou que estes (atividade + inflação) estão se desenrolando em linha com o esperado. Por último mas não menos importante, o COPOM apresentou mais uma rodada de deterioração nas projeções de inflação com o IPCA de 2024 saindo de 3.5 para 3.6 e IPCA 2025 saindo de 3.1 para 3.2. Apesar de antecipar os próximos passos de 50, parece haver menor visibildiade/confiança quanto a extensão total do ciclo”.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos

“O BC seguiu sinalizando corte de juros ao ritmo de 50bps [0,50pp] para as reuniões seguintes, sem restringir o horizonte prospectivo para apenas uma reunião adicional, ao manter o plural do termo ‘nas próximas reuniões’ no paragrafo sobre o futuro da política monetária. De novidade, o BC trouxe à tona preocupação adicional com a piora no ambiente internacional.

Sobre o fiscal, apesar da piora elevada na percepção dos agentes nos últimos dias, o BC adotou tom neutro e apenas reafirmou a necessidade de persecução das metas fiscais, a fim de manter o bom curso da política monetária – Étore Sanchez, Ativa Investimentos

Fonte: SBT News

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