Decisão judicial que determinou a desocupação foi baseada em laudos técnicos do CCREA-MA
Decisão judicial que determinou a desocupação foi baseada em laudos técnicos do CCREA-MA
O drama vivido pelas famílias do Edifício Santa Luzia, localizado no bairro São Francisco, se agravou com o encerramento do prazo oficial para desocupação do prédio, estabelecido pela Justiça. A Prefeitura de São Luís havia solicitado uma prorrogação até esta quarta-feira (6), mas moradores relatam que houve um novo adiamento informal para o dia 19 de agosto — sem garantias oficiais de pagamento do auxílio aluguel prometido.
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A decisão judicial que determinou a desocupação foi baseada em laudos técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-MA), do Corpo de Bombeiros e da Secretaria das Cidades (Secid), que apontaram risco iminente de desabamento e de incêndio no imóvel. A Justiça determinou ainda a inclusão das famílias em programa de aluguel social, mas, até agora, a medida não foi efetivada.
“Disseram que o pagamento sairá apenas no dia 20. Querem que a gente saia antes disso, sem ter como pagar um lugar para morar. Não há diálogo da Prefeitura com a gente”, afirmou uma moradora do prédio há cinco anos, que preferiu não se identificar.
Além da falta de auxílio, os moradores relatam pressões e ameaças de retirada forçada. “Vieram quase todo dia semana passada. Diziam que se a gente não saísse, iam tirar na marra, mesmo com crianças, idosos, cadeirantes aqui dentro”, denunciou.
A Defensoria Pública do Estado acompanha o caso e informou aos moradores que tentará uma reunião com o prefeito ou a vice-prefeita de São Luís após a desocupação. No entanto, para as mais de 30 famílias que ainda vivem no prédio, a incerteza segue como única realidade.
“Querem nos tirar a todo custo, mas sem pensar nas nossas histórias. Famílias inteiras estão sendo empurradas para a insegurança”, lamenta a moradora.
A Justiça estabeleceu o prazo de até três anos para que a Prefeitura decida se irá reformar ou demolir o imóvel. Enquanto isso, os moradores continuam sem respostas concretas. “A gente nunca pensou em sair daqui. E agora, sem ajuda, estamos sem rumo”, desabafa.
Até a publicação da matéria, a Prefeitura de São Luís não havia se pronunciado oficialmente sobre o novo prazo de desocupação nem sobre o pagamento do auxílio aluguel.