A ocupação do prédio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma) chega ao segundo dia e segue sem previsão para ter fim. O escritor e diretor do Grupo de Teatro Cazumbá, Américo Azevedo Neto, acompanhado de outras seis pessoas, protestam contra a falta de transparência e gestão da cultura no Maranhão.
“Eu estou querendo que as pessoas levem em conta a cultura do Maranhão”, disse o escritor e diretor Américo Azevedo Neto.
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Em entrevista a Rádio Difusora News (93.1), Américo Azevedo disse que a principal reivindicação do grupo é a emissão do Certificado de Mérito Cultural — CMC. Ele ressaltou que o documento é um direito de cada artista maranhense e que estão sendo privados pelas gestões municipal e estadual de promover a arte local.
“Esse certificado é uma obrigação e não um favor. Todo mundo que entra com um projeto na secretaria, por lei, ele tem que receber o certificado, mas fica assim parecendo que é um favor do governo, uma generosidade e não é. É uma decisão legal. A Secretaria emite um certificado de validade e eles procuram um patrocinador que banque sua ação cultural”, ressaltou.
Além disso, os manifestantes reclamam da falta de valorização da cultura do estado e que os artistas de fora têm sido prioridade nos eventos. O diretor revelou que um grupo artístico estava aguardando por atendimento da Secma e não foram atendidos.
“Não se respeita a cultura do Maranhão, aí o secretário traz um monte de gente de fora para o São João. Não tem nenhuma veiculação cultural e isso minimiza os grandes movimentos culturais do Maranhão, os grandes Bois… Acho que temos que fazer o trabalho de defesa da cultura do Maranhão. Eu não tenho nada contra os gestores, sou a favor da cultura do Maranhão, eu estou querendo que as pessoas levem em conta a cultura do Maranhão, uma das mais belas do país”, destacou.
Américo Azevedo disse que o grupo só sairá do prédio quando todas as reivindicações forem atendidas. Ele revelou que já foram feitas várias promessas da secretaria e muitas tentativas de negociação com os gestores, mas até o momento não foi firmado nenhum acordo.
“O secretário e o secretário adjunto me prometeram por telefone que hoje atenderiam às nossas demandas. Se isso acontecer, a gente vai embora, se não, a gente fica aqui dois, três dias, o que for necessário”, afirmou.
Além dessas demandas, o diretor do Grupo de Teatro Cazumbá revelou que os grandes palcos estão precisando de atenção do poder público.
“Se você olhar o Arthur Azevedo, o João do Vale, eu olho com pena, com preocupação porque o descaso é muito grande. Eu não sei se o dinheiro é que falta, mas acho que é descaso ou desleixo. É uma coisa terrível”, desabafou.
O Portal Difusora News tentou entrar em contato com a Secretaria de Estado da Cultura, mas até o momento não obteve respostas.