Problema começou logo na chegada ao local de prova
Problema começou logo na chegada ao local de prova
A aplicação da Prova Nacional Docente (PND), realizada neste domingo (26), terminou em confusão e frustração para alguns candidatos em São Luís. No Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) — unidade Rio Anil, antigo Cintra — cerca de 50 pessoas não conseguiram realizar o exame devido à falta de organização da banca.
Os candidatos pagaram o valor de R$ 85 reais para a taxa de inscrição para realizarem as provas.
De acordo com os candidatos, o problema começou logo na chegada ao local de prova. Mesmo tendo comparecido com antecedência e estando com os cartões de confirmação em mãos, muitos foram impedidos de entrar nas salas no momento da distribuição.
“Eu era a penúltima da fila e já estava na porta da sala quando o fiscal informou que eu não poderia entrar”, relatou uma candidata, Alláyla Vitória Pereira Duarte Amorim, discente de pedagogia que foi fazer a prova do PND.
As provas estavam previstas para começar às 13h30 (horário de Brasília). No entanto, diversos participantes foram retirados ou barrados com a justificativa de que não havia mais lugares disponíveis. A coordenação local então os direcionou para uma chamada “sala extra”, que seria destinada a candidatos com atendimento especializado.
O problema é que a “sala extra” correspondia, na verdade, à biblioteca do IEMA — um espaço sem carteiras adequadas e sem capacidade para acomodar todos.
Segundo relataram os candidatos, um dos coordenadores informou estar em contato com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela aplicação da prova, em busca de uma solução. Até às 15h, porém, nenhuma providência havia sido tomada.
A alternativa apresentada posteriormente foi a transferência dos candidatos para outro local de prova, na Universidade Ceuma, no bairro Turu. A proposta, no entanto, foi rejeitada pela maioria.
“Muitos candidatos têm comorbidades e não havia condições de se deslocar naquele horário. Além disso, a prova terminaria muito tarde, por volta das 22h. Então a maioria optou por não ir”, explicou uma participante.
Diante da situação, os candidatos decidiram redigir uma ata relatando o ocorrido. O documento, segundo informaram, não foi assinado por uma das servidoras responsáveis, mas ela se comprometeu a registrar oficialmente o problema e solicitar à FGV a reaplicação das provas para o grupo prejudicado.
Chamado de “Enem dos Professores”, o exame representa uma porta de entrada no magistério público brasileiro. As redes públicas de ensino poderão optar por usar as notas dos participantes da PND como mecanismo único ou complementar de seleção de docentes para seus quadros a partir de 2026. Os entes federativos vão considerar a nota obtida pelo candidato.
A prova teria a duração total de 5 horas e 30 minutos. O conteúdo do exame terá a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas que, desde a sua edição em 2024, foca nos cursos de formação docente.
Por meio de nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) informou que assim que tomou conhecimento dos relatos de possíveis intercorrências na aplicação da Prova Nacional Docente por meio de seu sistema de monitoramento, o Inep notificou a empresa aplicadora – Fundação Getúlio Vargas – para que fossem tomadas todas as providências contratuais previstas.
A empresa aplicadora afirmou que ao ser noticiada pelo Inep adotou de forma imediata ações de remanejamento, buscando assegurar o atendimento a todos. Os relatórios de avaliação estão sendo minuciosamente analisados para garantir as condições de equidade e pleno direitos dos participantes.
O Inep reitera seu compromisso com a lisura da execução dos seus exames e reforça que serão adotadas todas as medidas necessárias para que nenhum participante seja prejudicado.
