Yanomamis baleados por garimpeiros passam por cirurgias em Roraima

Os dois yanomamis baleados por garimpeiros ilegais na Comunidade Uxiú, no Território Indígena Yanomami, passaram por cirurgias no domingo (30) e apresentam quadro de saúde estável, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Roraima.

Os indígenas – Otoniel Xirixana, de 29 anos, e Venâncio Xirixana, 31 anos – estão internados na UTI do Hospital Geral de Boa Vista. Ainda de acordo com a pasta, eles “estão acordados, com sinais vitais em pleno funcionamento e sem nenhum risco de morte”.

Otoniel teve uma bala alojada no pulmão esquerdo e Venâncio foi alvejado no abdômen e na perna direita, no ataque ocorrido na tarde de sábado (29).

Um terceiro indígena, o agente de saúde Ilson Xirixana, de 35 anos, foi atingido na cabeça pelos criminosos e morreu antes da transferência para o hospital, ainda no Centro de Referência de Surucucu. Os profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y) tentaram salvá-lo durante todo o dia, mas ele teve quatro paradas cardíacas e faleceu às 5h30 de domingo (30).

O Ministério dos Povos Indígenas, pasta criada por Lula neste terceiro mandato, afirmou que solicitou reforço do Ministério da Justiça e Segurança Pública para a investigação do caso.

“A situação de invasores na TI Yanomami vem de muitos anos e mesmo com todos os esforços sendo realizados pelo Governo Federal, ainda faltam muitas ações coordenadas até a retirada de todos os invasores do território. Solicitamos reforço do Ministério da Justiça para investigação da PF sobre este caso”, declarou em nota.

Comitiva de ministros

O governo federal determinou, no domingo (30.abr), o envio de uma comitiva à Terra Indígena Yanomami, em Roraima, para reforçar a força-tarefa de emergência na comunidade. A iniciativa, solicitada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi aprovada horas após o ataque de garimpeiros contra a comunidade.

Entre as deliberações está uma missão para Boa Vista, nesta 2ª feira (1.mai), que contará com a presença das ministras da Saúde, Nísia Trindade, dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do Meio Ambiente, Marina Silva, além de militares. A intenção do grupo, segundo o governo, é contribuir para a pacificação imediata do local.

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