Setembro Amarelo: especialistas falam sobre a falta de políticas públicas na rede de saúde mental

No Maranhão, a campanha ‘Setembro Amarelo’ que visa alertar e reforçar os cuidados sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, traz uma preocupação diferente em 2024.

De acordo com os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, 168 casos de suicídios foram registrados no período entre janeiro a julho deste ano.

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Diante dessa realidade, especialistas reforçam a necessidade de ampliar o debate sobre saúde mental durante todo o ano.

O estado enfrenta obstáculos únicos na promoção do bem-estar mental e na prevenção do suicídio, mas é possível ir além da campanha mercadológica.

Evelyn Lindholm, psicoterapeuta clínica, fala sobre a fragilidade da rede de atenção psicossocial no Maranhão.

Além disso, destaca a falta de políticas públicas bem estruturadas, que causam impacto direto no aumento de casos de transtornos mentais e na dificuldade no acesso ao tratamento adequado.

Evelyn Lindholm, psicoterapeuta.

“Quando falamos em prevenção, é fundamental que existam programas de saúde pública que não só identifiquem, mas que ofereçam apoio constante a essas pessoas. Isso inclui a capacitação de profissionais de saúde, a oferta de serviços acessíveis e o fortalecimento das redes de apoio social e comunitário.”

Contudo, o fortalecimento dessa rede de saúde é urgente, especialmente quando consideramos que saúde mental é uma questão complexa e multifatorial.

“Precisamos de políticas que garantam prioridade para que essas pessoas em sofrimento não fiquem invisíveis em meio a uma sociedade cada vez mais desconectada emocionalmente”, ressalta a psicoterapeuta.

Redes de atendimentos

No Maranhão, atendimentos de suporte à saúde mental são ofertados nas Unidades Básicas de Saúde e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

O CAPS oferece serviços de saúde abertos à comunidade, atende pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, e com problemas relacionados ao álcool e drogas.

Paula Penha, coordenadora de saúde mental da Secretária de Estado da Saúde, fala sobre a importância desses locais de assistência no suporte à população.

“A ideia da restituição psicossocial estabelecida, é promover um cuidado no território e em liberdade, quando há necessidade de um atendimento em hospital geral”, destaca.

De acordo com a coordenadora, o estado ainda não possui leitos de saúde mental implantados em hospitais gerais.

Em São Luís, são disponibilizados os CAPS AD, que promovem suporte à dependentes químicos e o CAPS III que dispõe atendimento 24h.

Ações de conscientização são feitas durante o ano através do projeto ‘Saúde Mental se Constrói Todos os Dias’, com qualificação de profissionais e também voltadas à comunidade.

Ocasionalmente, os centros entram em parceria com escolas para práticas de palestras e atividades com temáticas de saúde mental, realizada entre alunos e professores.

Sinais de alerta

– Perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas;
– Desmotivação para frequentar o trabalho ou outras atividades;
– Desejo de isolamento, evitando contato social e conversas;
– Negligência com a aparência pessoal e higiene básica;
– Mudanças significativas no sono e apetite, como insônia, sono excessivo, alimentação em excesso ou falta de apetite.
– Falta de expectativas futuras ou objetivos claros;

Como buscar ajuda

É importante que as pessoas que estejam passando por momentos de crise busquem ajuda.

Em caso de problemas e pensamentos suicidas, entre em contato com o Centro de Valorização à Vida (CVV). Ou no CAPS mais próximo de casa.

O CVV fornece apoio emocional por telefone (188), e-mail e chat 24 horas todos os dias da semana, atendem gratuitamente todos que precisam conversar. O serviço é totalmente sigiloso.

Tags: campanha de prevenção, combate à ansiedade, Maranhão, saúde mental, setembro amarelo