Mesmo com decisão judicial, mãe não consegue leite especial

Dor e aflição traduzem o desespero de uma mãe que enfrenta problemas para alimentar o filho de 7 anos, que tem desnutrição crônica, microcefalia e paralisia cerebral e intolerância à proteína do leite de vaca (lactose) desde o nascimento. Elina Cristina, 29 anos, é da cidade de Codó e percorreu 310 km para chegar a São Luís e lutar pela vida do pequeno Pedro Victor.

Em entrevista ao Difusora News, ela contou que o filho recebia o leite especial do Programa Estadual, mas com o avanço da idade da criança, acabou não tendo mais direito ao acesso ao alimento.

Elina disse que recorreu à Justiça, pois não tem condições de manter o leite que o filho dela precisa tomar diariamente. Sem condições de trabalhar, vive em um abrigo no bairro São Bernardo, pois não tem condições de se manter na capital maranhense.

“Minha clavícula quebrou em quatro lugares. Eu estou sem nenhum real. E agora ele está sem leite. Eu tenho decisão judicial e o meu município não cumpre. Meu filho está passando fome. Eu não sei mais o que fazer. Eu não sei a quem recorrer”, desabafou.

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Elina Cristina também revelou que não está conseguindo fazer o próprio tratamento, pois além de não conhecer a capital, não tem condições financeiras de sequer pagar a passagem para ir ao hospital.

“Ele fazia todas as consultas no Hospital Juvêncio Matos, mas não atende mais devido à idade e eu fico lá, de mãos atadas. Eu não tenho tratamento mais”, contou.

O que diz o Governo?

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que o Programa do Leite Especial atende crianças com Alergia à proteína do leite de vaca (APLV), até os 3 anos, distribuindo para elas, alimentação especial (na forma de latas de leite). O cadastro acontece após o atendimento da criança pelo(a) médico(a) Gastropediatra que faz parte da comissão avaliadora do programa. Para marcar uma consulta, é necessário ter um encaminhamento médico para a Gastropediatria, além do cartão do sus da criança.

A SES informa ainda que nove médicos gastropediatras fazem parte da comissão avaliadora do programa, atendem no Hospital Infantil Dr Juvêncio Mattos, Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), apenas para pacientes nascidos na maternidade; Casa de Apoio Ninar, apenas para pacientes internos em tratamento e Policlínica da Criança.

Programa Leite Especial

O Leite Especial é uma mistura de compostos que servem como suporte nutricional para crianças que não conseguem digerir a proteína do leite de vaca e/ou possuem alergias alimentares. As fórmulas específicas em latas de leite, são distribuídas por meio de um programa que busca atender às necessidades das crianças.

Para ter acesso ao Programa Leite Especial, o paciente precisa passar por uma avaliação médica realizada por um gastropediatra integrante da comissão responsável. Após confirmar o diagnóstico, o responsável pela criança é orientado a ir à Secretaria de Estado da Saúde (SES), com a devida documentação: cópia da certidão de nascimento da criança; cópia do CPF e RG dos pais da criança; cópia do cartão de consulta do hospital (no caso de consulta no Hospital Juvêncio Mattos); cópia da carteira de vacina da criança; cópia do comprovante de residência de onde a criança mora; cópia do comprovante de renda dos pais (contracheque, carteira de trabalho ou Imposto de renda); cópia do cartão do SUS da criança. Telefone do setor de protocolo da Secretaria de saúde do Estado: (98) 3198-5571.

A consulta com os gastros pediatras do Programa Leite Especial faz parte de uma etapa essencial para que as famílias recebam orientações adequadas e personalizadas sobre o uso e a dosagem correta das fórmulas, assegurando assim o bem-estar e a saúde das crianças beneficiadas pelo programa.

Tags: leite especial, Maranhão, Pedro Victor, programa estadual