A aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei que limita os juros do rotativo do cartão pode mudar o mercado de crédito no Brasil nos próximos anos.
Para o consumidor, o rotativo do cartão de crédito é uma saída na hora do aperto financeiro. O problema é que, atualmente, o juro médio do rotativo, cobrado no país, chega a 445,69% ao ano, bem acima do praticado em outros países do mundo. A proposta reduz os encargos para 100% sobre o valor da compra.
O professor de economia da FIA Business School, Claudio Felisoni, diz que o rotativo é um negócio bom para os bancos, mas ruim para o consumidor: “se você compra um eletroeletrônico, se você não paga por conta das dificuldades, ao final do período, no rotativo, você está devendo seis. Seis geladeiras, seis televisores. O que é absolutamente impensável”.
A partir da aprovação da futura lei, as empresas emissoras de cartão de crédito terão 90 dias para apresentar uma alternativa para fixar os limites para juros e encargos cobrados no parcelamento da fatura, nas modalidades rotativo e parcelado. Se nesse prazo não houver um acordo, o total cobrado de encargos não poderá ser superior a 100%, ou o dobro do valor original da dívida.
Para os economistas, a limitação das taxas ajuda a reduzir a inadimplência, que está alta justamente por causa dos juros.
“Essa medida está vindo exatamente num momento em que as condições são muito ruins até para o varejo mesmo, de modo geral, porque na medida que a inadimplência cresce, as dificuldades para quitação das dívidas vão aumentando e isso vai impactando as possibilidades de vendas sustentáveis do varejo”, fiz Felisoni.
Além da mudança no rotativo do cartão de crédito, a Câmara também aprovou a regulamentação do programa Desenrola, implementado através de uma medida provisória para ajudar na renegociação de dívidas.
Fonte: SBT News