A ministra da Saúde, Nísia Trindade, concluiu, nessa quinta-feira (2), a visita em Boa Vista (RR) para acompanhar as ações de combate à crise humanitária no território Yanomami. A ministra falou sobre a mobilização do governo federal, dos profissionais de saúde e voluntários para recuperar as estruturas de saúde e garantir assistência contínua aos indígenas. “Recebemos um plano para recuperação dessas estruturas e faremos isso o quanto antes. As condições têm de ser permanentes”, disse.
“A visita nos mostrou um avanço importante na área da nutrição das crianças indígenas. Sabemos que toda crise sanitária está relacionada ao garimpo ilegal na organização social dos povos, impactando nas suas condições de vida, de pesca. Estamos em uma operação interministerial, o foco do Ministério da Saúde é a recuperação da saúde”, afirmou Nísia.
Desde o início das ações no território Yanomami em janeiro, quando foi declarada a Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional), o Ministério da Saúde atua com ações emergenciais para salvar vidas. A Pasta já enviou mais de 100 profissionais pela Força Nacional do SUS, sendo 89 voluntários. Já foram feitos mais de 6,4 mil atendimentos médicos aos indígenas encontrados em situação de desassistência. Entre as crianças acompanhadas na Casai, 78% evoluíram do quadro grave de desnutrição para moderado, ganhando peso após o protocolo elaborado pelas equipes de nutrição.
Também foram enviados mais de 14,3 mil testes de diagnóstico para malária e 240 mil medicamentos para tratamento da doença. Até o momento, dados preliminares apontam o registro de 42 óbitos desde o início do ano. Outros seis óbitos estão em investigação. Entre as mortes notificadas até o dia 26 de fevereiro, 19 foram de crianças entre 0 e 4 anos. As principais causas registradas foram desnutrição, diarreia e pneumonia.
O Ministério da Saúde, em conjunto com o COE Yanomami, trabalha para melhorar o acesso às tecnologias de informação e comunicação das equipes em campo, diante do estado precário em que foram encontradas as estruturas da SESAI causado pelo abandono da gestão passada.
Para reforçar o atendimento e a assistência na região, o Ministério da Saúde também vai enviar, inicialmente, 14 médicos para atendimento aos indígenas nas comunidades. A previsão é que os profissionais comecem a atuar ainda em março.
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