Mais de 80% da indústria tem traçado estratégias em busca de uma redução do impacto ambiental. É o que diz levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta quinta-feira (23). De acordo com a pesquisa, as maiores ações estão voltadas para diminuir a geração de resíduos sólidos: nove em cada dez empresas da indústria atuam de alguma forma na área, o que corresponde a 89%.

Na sequência de ações mais frequentes está a redução do consumo de energia, com adesão de 86% das empresas, e a otimização do uso da água, com 83%. Os três itens também são apontados como prioritários para os empresários da indústria. 

Outras seis ações foram apresentadas aos empresários durante o levantamento. Estão entre eles: processos para reduzir ou eliminar poluição da água, com apoio de 79%, aprimoramento de processos para melhorar desempenho ambiental, também com 79%, e ações para reduzir ou eliminar a poluição do ar, com 71%.

As ações menos adotadas foram ações para mitigar a emissão de gases poluentes e que contribuem com efeito estufa (57%), logística reversa de produtos (54%) e uso de fontes renováveis de energia (51%).

Ainda segundo a pesquisa, 36% das empresas adotam de 5 a 6 ações, enquanto 22% de 7 a 8. Apenas 3% das empresas industriais não desenvolvem qualquer medida relacionada à sustentabilidade.

Descarbonização

O levantamento também questionou o que é necessário para que a produção industrial brasileira avance em descarbonização (emita menos gases poluentes e causadores de efeito estufa), para atingir o Acordo de Paris.

As metas necessárias apresentadas foram modernização de máquinas (27%), uso de fontes de energias renováveis (23%) e investimento em tecnologias de baixo carbono (19%). Outras medidas citadas foram investimento em inovação (14%) e acesso a financiamento (10%). 

Uma possibilidade citada para melhorar o impacto é a regulação do mercado de carbono. Para 78% dos entrevistados, a lei que está em discussão na Câmara dos Deputados é considerada importante ou muito importante.

“O mercado regulado de carbono que contemple, por exemplo, a participação da indústria na governança e não considere sanções e penalidade desproporcionais, vai contribuir para que o país atinja as metas climáticas de longo prazo estabelecidas no Acordo de Paris. A iniciativa precisa ser entendida como uma medida complementar a outras agendas verdes, como a expansão das energias renováveis, o fortalecimento  da política nacional de biocombustíveis e, principalmente, a redução do desmatamento ilegal”, diz Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI. 

Pesquisa

A pesquisa questionou 1.004 empresários do ramo da indústria em todo o país, em negócios de pequeno médio e grande porte. O levantamento foi conduzido pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB Holding, entre os dias 3 e 20 de novembro.

Fonte: SBT News

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