Israelenses reservistas que se encontram fora de Israel, incluindo cidadãos com dupla nacionalidade que estão no Brasil, vem sendo convocados pelo governo do país asiático para lutarem na guerra contra a organização radical Hamas. A informação foi confirmada pelo embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine.
“Israelenses que estão fora de Israel, viajando, visitando família, trabalhando e são reservistas de brigadas militares, parte deles foi chamada para chegar às unidades deles. Isso acontece e nós, como Ministério das Relações Exteriores, tentamos ajudá-los a chegar a Israel, porque agora muitos voos para Israel foram cancelados. Então, o Ministério das Relações Exteriores e outras entidades ajudam para voltar para o país e ajudar onde precisam”, disse o embaixador.
A possibilidade de um israelense que mora no Brasil ser chamado só existe se esse indivíduo não se desligou da reserva quando deixou Israel. Eles precisam se desligar, mas alguns se esquecem de fazê-lo. Brasileiros com dupla nacionalidade podem ser convocados se já serviram ao Exército israelense.
Zonshine ressaltou ainda que “a grande maioria do Exército israelense está baseado em reservistas”. “Então, quando os reservistas estão fora de Israel, e o hábito é que os jovens israelenses depois do serviço militar ficam alguns meses seja no Brasil, América Latina, Ásia, outros lugares, então eles ainda são treinados, tem a capacidade. Então alguns deles foram chamados para ajudar, participar desse esforço militar”.
Para o embaixador, o apoio da comunidade internacional a Israel neste momento em que o país está em guerra com o Hamas é “muito importante”. “Muito importante para nós porque Israel na arena internacional, na arena multilateral, nem sempre recebe uma boa atitude. Infelizmente isso chegou depois desse desastre, depois desses acontecimentos brutais”.
Ele prosseguiu: “E o apoio internacional é muito importante para Israel dentro da ONU, seja bilateral, seja multilateral, é importante para nós e espero que dessa vez também vai ajudar países e governos entenderem quem está em frente de nós, quem é seu vizinho, depois que você vê o que aconteceu lá, que tipo de atrocidades. Esperamos que a reação sobre Israel e o entendimento sobre as atividades de Israel será mais claro, mais receptivo”.
O SBT News perguntou ao embaixador ainda por que o serviço de inteligência de Israel não conseguiu prever o ataque do Hamas no último sábado. “Uma boa pergunta que nós também perguntamos e acho que vamos ter uma comissão de inquérito para saber o que aconteceu, porque aconteceu, de que maneira não rebemos informação, aviso prévio para este tipo de ação. Isso é uma coisa que temos que analisar para evitar a repetição desse tipo de ação. Mas não temos por enquanto uma boa resposta, uma coisa que sabemos”.
Outro tema abordado na entrevista foi o papel do Brasil, como presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na superação da guerra. “Brasil, como país importante na arena internacional e também é importante agora neste mês como presidente do Conselho de Segurança tem um papel de liderança, e nós achamos que a liderança que necessita é falar de uma maneira bem dura e clara contra este tipo de ataque que aconteceu nesta semana. E espero que Brasil pode liderar e deve liderar este esforço internacional”.
Ele pontuou que o Conselho tem a possibilidade de tomar decisões práticas.
Fonte: SBT News