Em 2022, a imprensa brasileira sofreu mais de 150 ataques virtuais por hora. É o que mostra o Relatório Anual de Violações à Liberdade de Expressão da Abert, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, divulgado nesta quarta-feira (10).
Influenciadas pelas eleições gerais de 2022, as agressões online contra profissionais e veículos de comunicação, estavam, segundo a pesquisa, sobretudo em interações nas redes sociais bolsonaristas.
Ataques à imprensa brasileira, em perfis de aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chegaram a 1,32 milhão de postagens no Facebook, Twitter e Instagram. Nos perfis oficiais do então mandatário, nas mesmas redes sociais, foram 132 posts com críticas à jornalistas e veículos de comunicação — com alcance de 26,2 milhões de interações, como comentários, curtidas e compartilhamentos.
O levantamento foi feito pela Bites, empresa de análise de dados para decisões estratégicas, a pedido da Abert. De acordo com o diretor da empresa, Manoel Fernandes, a capacidade de engajamento do ex-presidente amplificou mensagens contra o jornalismo.
“Como nos anos anteriores, Bolsonaro se manteve como principal hub de ataques ao trabalho da mídia e sua capacidade de engajamento amplificou essas mensagens contra o jornalismo e os jornalistas”, afirmou Fernandes.
Desde 2019, quando a Bites começou a medir os ataques ao trabalho da imprensa no Brasil, esse número vem caindo a cada ano. No primeiro ano de governo Bolsonaro, foram 3,2 milhões de ofensas à mídia. Em 2020, esse número chegou a 2,9 milhões, e em 2021 uma queda ainda maior: 1,4 milhão.
Para a pesquisa, essa queda acontece, principalmente, porque os bolsonaristas abrigaram seus ataques em outros pontos, como grupos em aplicativos de mensagem (WhatsApp e Telegram), difíceis de serem mapeados em larga escala como as redes sociais tradicionais.
Fonte: SBT News
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