Estamos no outubro rosa, mês de combate e conscientização dos riscos do câncer de mama, mas, segundo especialistas, o acesso pelo SUS a exames para mulheres idosas está cada vez mais difícil. O monitoramento é recomendado até os 69 anos, o que tem feito muitas pacientes diagnosticarem a doença já em estado avançado.

O Instituto Nacional de Câncer prevê que 74 mil novos casos de câncer de mama serão diagnosticados neste ano no Brasil e, apesar do envelhecimento ser um dos principais fatores de risco, idosas são as que menos fazem exames de rastreamento, segundo estudo inédito da Sociedade Brasileira de Mastologia.

Em 2013, do total de mamografias realizadas pelo SUS, 13,3% foram em mulheres acima dos 70 anos. Já em 2019, esse índice caiu para 10,8%. Durante o período, mais de 35 mil mulheres dessa faixa etária morreram da doença. 

Para o médico Ruffo Freitas Junior, que participou do estudo, o problema está na recomendação do Ministério da Saúde: exames para detectar o tumor são feitos apenas em mulheres até os 69 anos. “Estando fora dessa idade preferencial, não se tem um entusiasmo tão grande, e essa é uma das questões que acredito que nós possamos mudar. Tumores mais avançados significam maior chance de mutilação, significam maior chance de quimioterapia”, diz.

Diante do crescimento da população idosa – que segundo o IBGE vai dobrar nas próximas duas décadas, especialistas pedem a revisão de políticas públicas, recomendando os exames de rastreamento anual de câncer de mama para mulheres dos 40 aos 75 anos de idade.

O Ministério da Saúde informou que a faixa etária de 50 a 69 anos é a recomendada para mamografias de rastreamento, conforme as diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama. O ministério não informou se existe um plano para aumentar a faixa etária de recomendação.

Fonte: SBT News

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