O investimento público em educação básica no Brasil é menor que de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É o que aponta o relatório Education at a Glance 2023, lançado nesta 3ª feira (12.set),
Foram analisados dados de 49 países, dos quais 38 pertencem à OCDE e 11, entre eles o Brasil, são parceiros. Segundo a OCDE, em 2020 o Brasil investiu US$ 4.306 por estudante em instituições de ensino públicas (educação infantil à educação superior) contra US$ 11.560, em média, da OCDE. O país só supera o México e África do Sul nesse indicador.
Além disso, enquanto, em média, na OCDE, a despesa total dos governos com educação cresceu 2,1% de 2019 a 2020, no Brasil houve uma diminuição de 10,5% nos gastos. O relatório aponta que a pandemia de Covid-19 pode ser um dos motivos.
Educação profissional
Outro ponto abordado pelo relatório foi o acesso ao ensino profissionalizante. De acordo com os dados, o Brasil apresenta uma pequena parcela de estudantes matriculados em programas de educação profissional quando comparado a outros países da OCDE.
A porcentagem de alunos do ensino médio matriculados em programas profissionais para alunos dos 15 aos 19 anos é de 11%. Para jovens de 20 a 24 anos, a participação também é de 11%. Para os países da OCDE, as percentagens são, respetivamente, de 37% para os jovens dos 15 aos 19 anos e de 65% para os jovens dos 20 aos 24 anos.
Ainda assim, o número de matrículas na educação profissional têm aumentado no país. Em relação a 2012, em 2022 houve um aumento de 13,7% no número de matrículas, chegando a 2,1 milhões, de acordo com o Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é responsável pela produção e pelo tratamento dos dados brasileiros na pesquisa.
O número, contudo, está longe do definido pelo Plano Nacional de Educação (PNE), que estipulou que o país deveria ter 5,2 milhões de alunos no ensino técnico até 2024.
Segundo a OCDE, é necessário que os países aumentem o acesso ao ensino profissionalizante. A organização defende que isso será fundamental para que os jovens possam se beneficiar das mudanças causadas pela transformação digital no mercado de trabalho e alerta que programas de educação profissional ainda são vistos como último recurso pelos países.
Fonte: SBT News
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