A arrecadação total das receitas federais alcançou R$ 251,7 bilhões em janeiro, um aumento de 1,14% em termos reais (já descontada a inflação) e de 6,98% em termos nominais (sem considerar a inflação) em comparação ao mesmo mês em 2022, quando o montante atingiu R$ 235,3 bilhões. O resultado é recorde para o mês de janeiro desde 2000. As informações foram divulgadas, nessa quinta-feira (23/2), pela Receita Federal em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.

A Receita destacou as principais causas do crescimento da arrecadação em janeiro: pagamentos atípicos de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), evidenciando o desempenho dos fundos e títulos de renda fixa; e a redução das alíquotas do Imposto de Importação (II), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis.

Novo patamar

“Estamos sofrendo a interferência de diversos fatores positivos que alavancaram a arrecadação e a colocaram em novo patamar”, afirmou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias ao explicar os sucessivos recordes. “Esses recordes foram obtidos graças ao desempenho das commodities, que sofrem interferência não da demanda agregada interna, mas da demanda externa e também da cotação de preços externa. Nós não interferimos no preço. O preço é dado pelo mercado internacional”, pontuou, destacando que o desempenho das commodities (produtos básicos globais não industrializados que fornecem matérias-primas) minerais, minerais metálicos, minerais não metálicos e também das commodities agrícolas sustentou a série de recordes na arrecadação.

Malaquias assinalou que as projeções para o ano vão depender do comportamento das commodities. “O cenário global ainda contém incerteza em relação a diversos fatores” afirmou. “Vários países desenvolvidos estão experimentando um ciclo inflacionário e, para combater esse ciclo, estão trabalhando com política de juros, uma austeridade que pode levar à contração da atividade econômica em determinadas medidas”. Malaquias ressalvou, contudo, que ainda é muito cedo para dizer o que acontecerá ao longo de 2023.

Participaram da entrevista coletiva o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias; a subsecretária de Política Fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), Débora Cardoso; o coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, Sérgio Gadelha; e o coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Loures.

Fonte: Receita Federal

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