Após decreto, Lula viaja a Roraima para tratar crise com indígenas

Como resposta às denúncias de desnutrição e falta de apoio à saúde em comunidades indígenas Yanomami, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou neste sábado (21),  a Roraima. Ao lado de ministros, a expectativa é a de que o mandatário apresente ações para conter a crise social no estado. Entre as denúncias que chegaram ao governo estão a morte de centenas de crianças por fome, desnutrição ou contaminação por mercúrio.

O movimento do petista vem um dia após a publicação de um decreto que define a criação de um grupo integrado para discutir as medidas a serem aplicadas, além de negociações entre a federação e municípios. A medida cria um comitê formado por diferentes ministérios para intervenção na área.

O ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, está entre os membros do grupo de trabalho e relatou que visitas do governo na região constatou as denúncias recebidas. “Nas visitas feitas às comunidades Yanomamis se verificou uma situação dramática, desnutrição. Pessoas, crianças e idosos, principalmente, mas também mulheres. Nessa primeira fase do diagnóstico, você tem ali mais ou menos 700 comunidades e, além dos Yanomamis, também outras nações indígenas”, disse.

Também na 6ª feira, o Ministério da Saúde também decretou emergência de saúde pública entre as comunidades indígenas de Roraima. A pasta confirmou a morte de 570 crianças e definiu que um plano de ação deve ser apresentado pelo comitê de crise em até 45 dias. Entre pontos já estabelecidos, segundo divulgou a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, está a criação de hospitais emergenciais e a entrega de mantimentos.

Além de Lula, ao menos outros dois ministros fazem parte da comitiva que vai ao estado neste sábado, o ministro Wellington Dias e a ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara. Em rede social, a indígena destacou a urgência na implementação das ações do governo: “Nossos parentes Yanomami enfrentam uma crise humanitária e sanitária. É inadmissível ver nossos parentes morrerem de desnutrição e fome”.

A expetativa é que o grupo chegue a Boa Vista por volta das 10h30, no horário de Brasília. E devem passar pelo hospital indígena e pela Casa de Apoio à Saúde Indígena. Comunidades não estão no roteiro, para evitar o risco de transmissões de doença aos indígenas com debilidades.

Fonte: SBT News

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