Um conjunto de manifestações que atinge a maioria dos seres humanos, a dor lombar permanece, depois de séculos, um fenômeno que, apesar de muitas vezes associado a diversas causas fisiológicas, é ainda difícil de ter sua etiologia corretamente identificada, apesar da gravidade e do seu potencial impacto na qualidade de vida das pessoas afetadas.
Além de motivos físicos, como lesões, problemas crônicos nas costas, condições médicas, ciclo menstrual e gravidez, alguns estudos fizeram associações da lombalgia com fatores psicológicos e sociais, como sexo, peso corporal, tabagismo e transtornos do humor. Recentemente, pesquisadores relacionaram a incômoda condição à insônia e distúrbios do sono.
Embora estudos anteriores tenham comprovado essa correlação entre dores lombares e distúrbios do sono, Ge Luo e seus colegas investigaram especificamente a relação causal bidirecional entre essas duas variáveis, concluindo pela “importância da melhora do sono no tratamento abrangente da lombalgia”
Como pesquisadores descobriram a relação insônia x lombalgia?
Para comprovar suas hipóteses, os pesquisadores utilizaram variantes genéticas associadas a diferentes dimensões de sono ruim relatadas por mais de 400 mil pessoas europeias no estudo de associação do genoma (GWAS) feito pelo Biobank do Reino Unido. Nas respostas, um maior destaque foi dado aos fatores: insônia, longa duração do sono, curta duração do sono e sonolência diurna.
Em seguida, para limitar as variáveis apenas aos fatores falta de sono e dor lombar, eles trabalharam com a chamada randomização mendeliana, uma técnica que facilita a utilização de variações genéticas para chegar a possíveis fatores de risco genéticos e ambientais.
As descobertas mostraram uma relação causal bidirecional, o que significa que tanto a insônia pode causar uma dor lombar quanto a lombalgia pode dar origem a problemas de sono. No caso da sonolência diurna, esta pode ser causada pela dor lombar constante, mas não o contrário. Dessa forma, uma melhora do sono pode ser teoricamente importante no gerenciamento da lombalgia, conclui o estudo.
ARTIGO – Frontiers in Neuroscience – DOI: 10.3389/fnins.2022.1074605.
Com informações do site TecMundo
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