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Auditoria do INSS já havia detectado irregularidades em descontos de benefícios antes da operação da PF

Problemas foram encontrados nos Acordos de Cooperação Técnica

Pelo menos oito meses antes da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem a Operação Sem Desconto, a Auditoria-Geral do INSS já havia identificado inconsistências em acordos que permitiam descontos não autorizados em benefícios previdenciários. Os problemas foram encontrados nos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), que autorizam o repasse de mensalidades associativas diretamente para entidades de aposentados. 

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Um relatório da Auditoria-Geral, divulgado na última segunda-feira (28), mostrou que os procedimentos para formalizar os ACTs não cumpriram todos os requisitos legais. A investigação foi solicitada em maio de 2024 pelo então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, quase um ano antes da operação da PF e da CGU. A análise focou na Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, uma das áreas alvo da operação. Com as irregularidades confirmadas, Stefanutto e outros quatro dirigentes foram afastados.

Entre janeiro de 2023 e maio de 2024, o INSS recebeu 1,163 milhão de pedidos para cancelar descontos indevidos. Desse total, 90,78% (1,056 milhão) alegavam que os beneficiários não autorizaram os descontos, enquanto 73.848 tinham registro de autorização e 33.317 não tinham informação clara. Em uma amostra de 603 casos, a auditoria constatou que 329 não possuíam documentos comprovando a autorização, e nos 274 restantes, muitos beneficiários negavam ter concordado com os descontos, mesmo com a papelada apresentada. 

O sistema de descontos automáticos existe desde 1991, mas os valores repassados cresceram ao longo dos anos. Em 2016, foram R$ 413 milhões; em 2020, R$ 510 milhões (queda devido à pandemia); em 2023, R$ 1,2 bilhão; e em 2024, até maio, R$ 2,8 bilhões. A média de desconto por beneficiário foi de R$ 39,74, mas alguns valores eram muito maiores. 

Diante das irregularidades, o relatório fez nove recomendações, incluindo a reavaliação do processo de descontos, a verificação das autorizações existentes e a suspensão de novos descontos até que o sistema seja revisado. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, afirmou que as denúncias começaram a ser apuradas em junho de 2023 e que, em março de 2024, novas regras foram adotadas. Agora, com a Operação Sem Desconto, o governo federal suspendeu todos os ACTs, interrompendo os descontos automáticos, mesmo os autorizados. O INSS ainda não sabe quantos aposentados foram prejudicados nem o valor total cobrado indevidamente. 

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