Dia de Cosme e Damião: conheça a história dos padroeiros das crianças

Você já ouviu falar de São Cosme e Damião? É possível que já tenha guardado saquinhos de doces ou observado festividades no seu bairro. Mas você sabe qual é o significado dessa tradição?

Bem, comemorado nacionalmente dia 27 de setembro, os dois santos são popularmente conhecidos como padroeiro das crianças e profissionais de saúde.

Embora a Igreja Católica celebre o Dia de Cosme e Damião em 26 de setembro, essa data é relevante não só para os católicos, mas também para os seguidores das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda.

E a celebração vai além da distribuição de bolos, balas e pirulitos, possuindo um rico simbolismo.

Conforme explica o historiador João Damasceno Figueiredo, as tradições mencionadas reconhecem Cosme e Damião como divindades da Umbanda que representam crianças.

“Os dois santos davam uma atenção especial às crianças, por isso eles se tornaram também padroeiros, tanto dos médicos como também das crianças. A festa de Cosme e Damião se popularizou muito mais através dos cultos da religião africana, nos terreiros de candomblé e de umbanda, porque as figuras de Cosme e Damião estão ligadas aos herês, que são as crianças”, esclarece.

Nos terreiros de Umbanda e Candomblé, a festa de Cosme e Damião é um dos eventos mais esperados do calendário religioso.

Durante as festividades, é habitual a realização de rituais que incluem cânticos, danças e oferendas, celebrando tanto os santos cristãos quanto os orixás africanos. Ambas as tradições, aliás, enfatizam a proteção das crianças.

“A distribuição significa retribuir o que é pedido; quando fazemos um pedido, o santo atende. A gente retribui isso na religião distribuindo a felicidade para as crianças através dos doces, brinquedos, brincadeiras”, conta o Ogan da casa Tenda Reino do Amanhecer, João Bruno.

Perda cultural

A tecnologia diminuiu a interação das crianças em torno da festa de São Cosme e Damião.

Mas apesar de muitas crianças estarem usando celulares e tablets para se divertirem, ainda há famílias que incentivam elas a receberem os doces e brinquedos, relata o historiador.

“Muitos pais ainda incentivam os filhos a participarem dessa tradição. É importante que incentivem, tirar as crianças das telas um pouco, participarem desses festejos, das comemorações, irem aos museus, fazerem atividades culturais mais presenciais do que ficarem presos a esses equipamentos tecnológicos”, pontua.

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