Tem repercutido o caso de um policial militar suspeito de manter a ex-companheira em cárcere privado por quase 30 dias.
Identificado como Rafael Bruno Capim Barros, o policial manteve a vítima em cárcere privado na casa em que moravam em São José de Ribamar.
O caso veio à tona, após a vítima ser resgatada pela mãe e pela Polícia Militar no último sábado (31).
A agressão sofrida pela mulher foi noticiada, com exclusividade, pelo portal Difusora News nesta terça-feira (3).
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Paulo Henrique Matos, pesquisador em aparatos de policiamento e segurança pública, falou ao Difusora News e classificou o caso como extremamente grave.
Segundo o especialista, pelo fato do agressor ser um policial, a situação torna-se ainda mais grave e abala a confiança das pessoas nas forças de segurança.
“O PM é alguém que deveria proteger a sociedade. Quando ele comete crime, pode gerar um sentimento de insegurança e descrédito nas instituições”, pontua.
Matos destaca que os efeitos da violência doméstica para a vítima se agravam quando o agressor é um policial.
“A vítima pode sentir-se ainda mais desamparada e com medo de buscar ajuda, temendo represálias ou a falta de apoio das autoridades”, pontuou.
O especialista aponta ainda alguns procedimentos como sendo fundamentais em relação ao caso.
Em primeiro lugar, ele destaca que é essencial que haja uma investigação completa e imparcial do caso pela corregedoria da Polícia Militar.
Para Matos, o PM deve ser afastado de suas funções imediatamente para evitar interferência na investigação e manter a integridade do processo.
Paralelo a isso, o especialista ressalta que a vítima deve receber proteção policial, apoio psicológico e assistência jurídica.
Paulo Henrique Matos cita ainda como procedimentos necessários, a revisão de protocolos de seleção e treinamento policial para a prevenção de futuros abusos.
Por fim, o especialista destaca a importância de manter a população informada sobre o caso e o acompanhamento de instituições de proteção e acolhimento à mulheres vítimas de violência.
OAB e SSP se pronunciam
O caso está sendo acompanhado pela Comissão de Defesa da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Maranhão (OAB-MA).
Maria de Ribamar, presidente da Comissão, disse que, mesmo o policial não tendo sido preso em flagrante, a prisão deve acontecer após a realização dos procedimentos.
“A partir dos procedimentos, a Vara de Violência contra a Mulher vai expedir um mandado de prisão contra ele”, pontuou.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que após atender a solicitação, a vítima foi levada pela PM à Casa da Mulher Brasileira.
No local, segundo a nota, o caso foi classificado como sequestro, cárcere privado, violência moral, ameaça e lesão corporal.
A SSP informou ainda que a PM instaurou procedimento administrativo para apuração da conduta do policial.
Tags: agressão, Polícia Militar, São José de Ribamar, violência