O número de usuários do cigarro eletrônico no Brasil subiu de 500 mil para 2,9 milhões de pessoas, segundo uma pesquisa realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), de acordo com os dados o crescimento foi de 600% em apenas 5 anos. Os jovens são os principais usuários atraídos pela diversão e por propagandas, o “vape” está se tornando um vício na vida de muitos deles.
O uso dos cigarros eletrônicos, conhecidos também como vape, vaper, pod, entre outros, é mais comum entre jovens de 18 e adultos de até 34 anos. Para muitos o pod parecia ser inofensivo e eles achavam que era menos prejudicial que o cigarro tradicional, mas as consequências foram surgindo com o tempo, como é o caso do estudante universitário Gabriel Silva, 25 anos.
“Eu comecei a usar cigarro eletrônico por influência dos meus colegas. A gente sempre se encontrava depois das aulas para descontrair e o vape parecia inofensivo. Era divertido escolher diferentes sabores e fazer truques com a fumaça,” relata Gabriel.
Após seis meses de uso, o jovem foi diagnosticado com uma grave inflamação no pulmão. “Fiquei desesperado. Os médicos disseram que meu pulmão estava tão comprometido que eu arriscava desenvolver uma doença pulmonar crônica. Hoje, estou em tratamento e, embora tenha conseguido parar de usar o cigarro eletrônico, os danos à minha saúde já foram feitos,” relembra.
Já outros são atraídos pelas propagandas e marketing abusivo promovido para a venda do cigarro eletrônico, foi o caso da funcionária pública Ana Paula Almeida, 32, “eu nunca fui fumante, mas a ideia de um cigarro eletrônico parecia inofensiva. Vi muitos comerciais e posts nas redes sociais que mostravam pessoas felizes e saudáveis usando esses dispositivos. Após uma série de exames, o diagnóstico foi assustador: eu estava com uma condição pulmonar grave, chamada de EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de produtos de vaporização). E os médicos disseram que, se eu não tivesse procurado auxílio a tempo, poderia ter sido fatal”, conta Ana Paula.
O médico Pablo Germano de Oliveira, cardiologista e professor do curso de Medicina da IDOMED Fameac, afirmou que o cigarro eletrônico é mais nocivo que o cigarro tradicional e as consequências podem ser, câncer de pulmão, câncer de bexiga até morte súbita.
“Como eles possuem aroma e sabor agradáveis, são mais atrativos, principalmente para os mais jovens. Eles tinham antigamente a promessa de serem menos agressivos. Porém, percebeu-se em estudos que o nível de nicotina é muito alto nesses cigarros eletrônicos. Os dispositivos eletrônicos para fumar contêm uma concentração de nicotina muito alta e mais de 80 substâncias químicas, incluindo substâncias cancerígenas”, alerta o médico.
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