A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cujo um dos investigados é o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que liderou a agência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
As investigações apuram a existência de uma Abin paralela, montada durante o governo Jair Bolsonaro (PL) para monitorar e produzir relatórios com uso de um software espião, e tem como alvo central o deputado Alexandre Ramagem, que é delegado da PF e ex-diretor da Abin.
A suposta organização criminosa teria funcionado dentro da Abin para monitorar adversários políticos da família Bolsonaro, além de proteger os filhos do ex-presidente de investigações.
A investigação da PF aponta que o software comprado sem licitação pelo governo de Michel Temer (MDB), em 2017, por R$ 9 milhões, durante a intervenção federal na área de segurança pública no Rio de Janeiro. O uso da ferramenta para este fim foi revelado em março do ano passado pela própria Abin.
O FirstMile é desenvolvido em Israel, pela empresa Cognyte (antiga Verint) e tem tecnologia de GPS para monitorar de forma ilegal a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas, juízes e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Como funciona a ferramenta?
- FirstMile usa um malware, um programa, que invade e acessa os dados de computadores.
- Basta o envio de um email, mensagem de texto ou por WhatsApp para fazer a invasão do dispositivo. Um pendrive também pode ser usado para este fim.
- Ele engana as redes de telefonia, encontra brechas, para rastrear o alvo do monitoramento.
- Todos os dados do computador ficam disponíveis para o espião sem que a vítima saiba.
- O programa emitia alertas cada vez que acontecesse uma movimentação do monitorado.
- A localização aproximada dos celulares era apontada pelo programa.
- A ferramenta permite o monitoramento de até 10 mil celulares ao mesmo tempo, a cada 12 meses.
Segundo a organização Data Privacy Brasil, o celular envia informações para antenas, que são ‘estações rádio-base’, espalhadas pelo país por meio de um protocolo conhecido por SS7.
O programa de computador tem a capacidade de enganar a rede de telefonia, bagunçando o protocolo de localização do dispositivo para localizar o celular. Estes dados de comportamento do celular ficam armazenados no sistemas das operadores de telefonia.
*Com informações do SBT News
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