Depois de quase 60 dias de indecisão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou os nomes de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) e de Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Panorama geral: a definição desagrada integrantes da cúpula petista, pois Dino é do PSB, com movimentação política própria. O PT torcia por Jorge Messias, atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU). No caso de Gonet, a insatisfação é por causa da exclusão de Antônio Bigonha, próximo a petistas, como José Dirceu.
Os bastidores: apesar do desgaste dos últimos dias, Dino sempre foi visto por Lula com um nome de peso para enfrentar futuros debates que tenham como alvo nomes do atual governo e também a defesa mais enfática das próprias pautas da esquerda. A informação inicial da escolha de Dino e Gonet foi publicada na noite deste domingo (26.nov) pelo jornal Folha de São Paulo.
Para lembrar: Dino ocupará a vaga de Rosa Weber, que se aposentou no final de setembro. A indicação anterior de Lula foi para o posto de Ricardo Lewandowski. O presidente fez um gesto de gratidão e indicou o seu advogado na Lava Jato, Cristiano Zanin.
Pano de fundo: a batalha do governo agora é na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Lula tem confiança na aprovação, mas o caminho é tortuoso.
O que vem por aí: com a indicação de Dino, abre-se a vaga para o comando da Justiça. O PT defende a divisão da pasta com a criação do Ministerio da Segurança. O nome mais cotado, entretanto, é o de um aliado de Dino, que também não é petista: o secretário-executivo da Justiça, Ricardo Cappelli.
Fonte: SBT News