A desigualdade racial vigente no Brasil desde da colonização, persiste na atualidade revelando-nos diariamente dados alarmantes. Segundo o monitoramento da Rede de Observatórios da Segurança, em apenas oito estados, 4.219 pessoas negras foram mortas pela polícia no Brasil, em 2022. No entanto, este número poderia ser maior caso o Maranhão não ocultasse os dados de raça/cor dos mortos pela polícia.
Os dado foram revelados nesta quinta-feira (16), no boletim Pele Alvo: a bala não erra o negro, que analisou informações sobre a cor da letalidade gerada por ação policial. Os dados foram obtidos junto a secretarias estaduais de segurança pública de Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Considerando os dados, dos 3.171 registros de morte, com informação de cor/raça declaradas, os negros somaram 2.770 pessoas, ou seja, 87,35% das vítimas. No entanto, a negligência da informação racial das vítimas mortas por intervenção policial também chama atenção, uma vez que do total das 4.219 ocorrências, 1 em cada 4 não tinha informação sobre raça ou cor.
Somado a isso, existe uma enorme omissão do estado do Maranhão, que pelo terceiro ano consecutivo não registra os microdados categorizados por cor ou raça. Esse é o retrato mais exacerbado do quanto o país é negligente quando se trata de monitoramento e transparência no campo da segurança pública.
Tags: dados, Maranhão, negligencia