Comprar um celular dobrável pode nem sempre ser a melhor escolha. Estes dispositivos apresentam recursos que podem apresentar problemas com o tempo, já que suas telas frágeis e sensíveis exigem uma proteção especial, por exemplo. Além disso, a maioria não é resistente a água e poeira, o que limita seu uso. A qualidade das câmeras é outro fator desagradável, a bateria tem menor desempenho e, como produtos em aperfeiçoamento, podem apresentar problemas. Considerando os altos preços e a falta de custo-benefício para o usuário comum, esta escolha talvez não seja a mais vantajosa.
Por isso, antes de mergulhar neste mundo de tecnologia empolgante, é essencial conhecer os segredos por trás destes dispositivos. Pensando nisso, o TechTudo listou tudo que você precisa saber sobre estes aparelhos antes de comprar um deles para fazer uma escolha segura e sem arrependimentos futuros. Continue lendo a matéria e confira desvantagens dos celulares dobráveis.
1. Aparelho mais frágil
A durabilidade da tela de um smartphone dobrável, que tem uma tela mais fina feita para ser mais maleável, é muito menor se comparada a um telefone tradicional que tem uma tela mais grossa. Para conseguir visores capazes dobrar, os fabricantes usam plástico ou vidro ultra fino. Isto faz com que as telas sejam extremamente sensíveis, fazendo com que estes displays possuam uma vida útil menor. Assim, muitos usuários tem reclamado que, com o tempo, aparecem marcas na tela bem no eixo onde o celular se dobra.
Por essa alta sensibilidade, marcas como Samsung e Google já enviam o celular com uma proteção de tela e recomendam fortemente não retirar a película protetora. Até o momento, apenas a Samsung alega que a camada pode ser removida (porém não diz se pode ser retirada do Z Fold), mas poucas pessoas tentam a sorte.
Além disso, pouquíssimos aparelhos são resistentes à água e à poeira. Você pode até pensar que isto não importa para você, já que você não está pensando em mergulhar com o celular, por exemplo, mas não é bem assim. O fato dos aparelhos dobráveis não serem resistentes a estes dois fatores, impacta diretamente no desempenho deles e limita o seu uso. Isto significa, por exemplo, que você não pode levar o seu celular a praia, pois a areia pode danificar algum dos seus compartimentos, além de farelos, fiapos ou qualquer outra coisa miúda e comum do dia a dia que pode causar problemas no seu aparelho ao se alojar em alguma entrada.
A classificação de resistência à água e à poeira é dada por um código chamado “IPXX” onde o primeiro X mede a resistência à poeira e a segunda variante mede a capacidade de impermeabilização do aparelho. Um celular tradicional com uma boa classificação, como por exemplo o Galaxy A54, tem classificação IP67, o que significa que possui proteção contra água e poeira. Já topos de linha dobráveis como o Galaxy Z Fold 4 e o Google Pixel Fold são classificados como IPX8, uma certificação de proteção menor, pois não protege contra poeira.
2. Geralmente a câmera não é das melhores
Devido ao seu alto preço e sua tecnologia inovadora que permite dobrar o dispositivo, a maioria dos usuários tinha uma expectativa alta em relação a uma das ferramentas mais usadas em um celular: a câmera. No entanto, esta esperança não foi plenamente contemplada, pois com o menor espaço interno, as fabricantes acabam optando por câmeras com qualidade inferior a outros topo de linha.
O Motorola Razr 40 Ultra, por exemplo, vendido no Mercado Livre por a partir de R$ 6.499, tem uma câmera principal de 12 MP e uma secundária de 13 MP, qualidades bem menores quando comparadas a um aparelho premium com design tradicional como o Galaxy S23 Ultra que não dobra, mas entrega uma câmera principal de 200 MP.
3. Bateria com menos mAh que os celulares tradicionais
Por causa do pouco espaço interno devido ao seu design abre e fecha, a bateria acaba sendo outro componente diretamente afetado, além da câmera. Assim, não é possível encaixar uma bateria de um celular tradicional neste modelo. Por isso, suas baterias são bem menores que o comum, resultando em menos mAh e menor desempenho também.
Vamos tomar como exemplo novamente o Galaxy S23 Ultra (por a partir de R$ 5.999 na Amazon) e o Motorola Razr 40 Ultra. O primeiro sendo um modelo tradicional é composto por uma bateria de 5.000 mAh, enquanto o segundo que é dobrável e tem uma tela bem maior, com mais pixels que logicamente demanda mais energia, tem uma bateria de 3,800 mAh o que não faz sentido. Ainda que a capacidade da cédula não seja tudo que dita o desempenho da bateria, ela ainda é o maior indicador de performance e a mais importante.
4. Ainda está em aperfeiçoamento
Estes aparelhos são uma releitura dos antigos dobráveis dos anos 2000, mas com novos componentes e novas funções que fazem deles celulares premium. Por isso, muitas coisas ainda são novidades até mesmo para os fabricantes, que a partir dos obstáculos sentidos pelos usuários, vão realizando melhorias nos dispositivos. Desta forma, o próprio comprador não é apenas o usuário, mas também o testador do produto.
Tudo que pode acontecer com o seu aparelho, como problemas com poeira, dobradiças que estragam e marcas na tela do dispositivo podem ser incômodos para você. Mas para o fabricante são dados preciosos usados na melhoraria do produto nas próximas gerações que chegarão ao mercado. A prova de que estes produtos ainda estão em aperfeiçoamento é o fato de que nem mesmo a líder do mercado, a Apple, entrou no mercado dos dobráveis. Por isso, tenha certeza que antes de comprar você está disposto a participar do grupo que está testando um produto que ainda está em fase de aprimoramento.
5. O conserto é mais difícil
Outro desafio é a questão do conserto, pois o reparo deste tipo de aparelho pode ser uma dor de cabeça para o usuário. Isso porque como é um design ainda recente com poucos aparelhos disponíveis e em uso, muitas assistências técnicas ainda não possuem a expertise necessária para consertar o modelo, que possui várias particularidades. Assim, o reparo deste produto pode ser difícil e bem caro.
Mas algumas, marcas como a Samsung, já lançaram o seu programa de seguros de celulares e alguns dos seus planos contam com a assistência técnica especializada para os celulares dobráveis. Porém, se você não tiver um Samsung Center Service perto de você, este conserto (caso seja possível de reparar) poderá levar dias e até semanas. Se o seu aparelho não tiver uma assistência técnica como esta à disposição, este ajuste pode ser ainda mais complicado.
6. É mais caro
Por ser um modelo recente com uma estrutura bem diferente dos celulares tradicionais, estes aparelhos acabam saindo por um valor bem salgado para o consumidor final por exigirem mais pesquisa e desenvolvimento, segundo os fabricantes. Contudo, algumas instituições dizem que isso não faz tanto sentido. A Nikkei, agência japonesa de notícias, alega que um Galaxy Z Fold 4 custa cerca de US$ 670 para ser produzido pela Samsung, mas na hora da venda, o produto chega ao triplo deste valor.
Os modelos mais famosos à venda no momento são o Galaxy Z Fold 4, que custa em média R$ 5.499 na loja Girafa, ou o Motorola Razr Ultra, que tem seu preço por volta de R$ 7.199,10 no site oficial da Motorola. Desta forma, mesmo que você seja um grande entusiasta da tecnologia, não há um grande custo-benefício na compra de um celular dobrável.
A ideia de ter um celular dobrável é muito atrativa e com o tempo e avanços tecnológicos é provável que estes problemas sejam resolvidos. Mas por enquanto, para a maioria dos usuários comuns, os celulares dobráveis ainda não oferecem os benefícios esperados e podem representar um investimento bastante arriscado. Então pense bem e considere as vantagens e desvantagens na hora da compra.
Fonte: TecTudo