Cerca de 45% dos afrodescendentes que vivem na União Europeia disseram ter “sofrido racismo nos últimos cinco anos”. É o que aponta o relatório Being Black in the EU (“Ser negro na UE”), publicado nesta quarta-feira (25), pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia. O levantamento foi realizado com 6.800 pessoas entre outubro de 2021 e outubro de 2022.
No último estudo publicado pela Agência, em 2016, 39% relataram a mesma situação. Segundo o relatório, apenas 9% dos casos são denunciados e, por isso, “a discriminação permanece invisível”.
Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Luxemburgo, Polônia, Portugal, Espanha e Suécia participaram do estudo, sendo que o cenário nesses países apresentou uma diferença significativa. Enquanto em Portugal 26% dos entrevistados relataram ter sido vítimas de racismo, na Alemanha foram 76% das respostas.
O documento ainda aponta que os jovens negros estão três vezes mais expostos ao abandono dos estudos em relação ao restante da população. Além disso, quase 12% dos entrevistados dizem que foram detidos pela polícia no ano anterior à pesquisa.
“É chocante não ver nenhuma melhora desde nossa última pesquisa”, disse a Agência. Uma das soluções apontadas pela organização é a aplicação correta da legislação antidiscriminação, além de recolher dados relacionados a igualdade e “tome medidas para prevenir e erradicar práticas institucionais discriminatórias e cultura policial”.
Fonte: SBT News