Bebida tradicionalmente maranhense, a Tiquira agora é Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Maranhão. O título foi entregue no sábado (02) durante o encerramento do II Festival Maranhense da Cachaça, Cultura & Sabores, em São Luís.
O ato de registro da Tiquira promove o reconhecimento da importância da bebida como bem cultural e sua valorização como Patrimônio Cultural Imaterial Maranhense. O registro é pertinente porque a produção artesanal da bebida envolve saberes tradicionais artesanais únicos da população maranhense repassados de geração a geração que marcam a identidade cultural do estado.
Além disso, a titulação fortalece a cadeia produtiva da Tiquira, promovendo a proteção e preservação desses conhecimentos tradicionais.
Origem da Tiquira
A Tiquira tem origem indígena, a partir do cauim, um fermentado de mandioca. Com a chegada dos europeus ao Brasil, foram trazidas técnicas de destilação e o cauim se tornou tikira (líquido que goteja).
Sua produção se concentra em diversos municípios do estado, através de um processo artesanal, bastante primitivo, no qual a conversão do amido de mandioca em açúcares fermentescíveis é feita por bolores nativos que surgem sobre os beijus de massa de mandioca, onde as cepas são colhidas ao acaso.
A bebida, que pode ser encontrada tanto em mercados populares quanto em estabelecimentos mais refinados, atrai a curiosidade, sobretudo dos turistas pela sua cor roxa, além de ser conhecida pelo sabor forte por causa do alto teor alcoólico.
Aliás, o alto teor alcoólico da Tiquira deu até origem a algumas lendas maranhenses. Segundo uma delas, depois de tomar 4 doses não se deve tomar banho ou lavar os pés. Se fizer isso, a pessoa pode ter perda de memória não se recordando do que fez após o banho.
Independentemente de lendas, o fato é que a bebida é um dos produtos mais tradicionais do estado e gera renda para os pequenos produtores de mandioca nos municípios onde a bebida é fabricada.
*com informações Ascom
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