O exército israelita repeliu no sábado, com disparos para o ar, 18 libaneses que atravessaram a fronteira para Israel, anunciou um porta-voz militar, numa altura de grande tensão na zona entre as forças israelitas e o grupo xiita Hezbollah.
O grupo, que integrava um deputado libanês, dirigia-se para a chamada Linha Azul da ONU na região do disputado monte Dov, onde se situam as disputadas quintas de Shab’a. Os libaneses percorreram uma distância de 80 metros em território israelita, mas nunca chegou a atravessar a linha de fronteira, refere o jornal Times of Israel.
Entre os 18 estava o deputado Kasem Hashem, membro do grupo parlamentar do movimento xiita Amal, e jornalistas que se encontravam perto das quintas de Shab’a, no sul do Líbano. Estas quintas fazem parte das zonas disputadas das quais Israel não retirou as suas forças quando estas abandonaram o sul do Líbano em 2000.
Não são oficialmente consideradas território libanês e alguns especialistas dizem mesmo que são território sírio. As tensões aumentaram no início de julho, depois de Israel ter anexado a parte norte da aldeia vizinha de Ghajar, dividida pela Linha Azul da ONU.
Poucos dias depois de as forças israelitas terem cercado a parte norte de Ghajar, Israel e grupos não identificados do sul do Líbano trocaram tiros de artilharia.
Um porta-voz da Amal disse ao diário libanês L’Orient le Jour que Hachem sofreu ferimentos ligeiros no joelho quando tropeçou durante o ataque e permaneceu no local até cerca do meio-dia.
A missão de paz da ONU no Líbano (UNIFIL), confirmou o incidente “a sul da zona de Bastara”, onde, segundo o comunicado daquele contingente, os participantes atravessaram a Linha Azul, ao que Israel respondeu com o uso de gás lacrimogéneo”.
“Vários incidentes na zona aumentaram a tensão nos últimos dias, mas, graças ao empenhamento das partes de ambos os lados da Linha Azul, não se registou qualquer escalada. Encorajamos todos a continuar a exercer o mesmo nível de contenção nas próximas horas e dias”, concluiu a missão de paz na nota, relatada pelo L’Orient.
O incidente de sábado foi o mais recente da disputa ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano, dois países que estão tecnicamente em guerra desde a escalada que protagonizaram em 2006.
Israel não esconde a sua preocupação com a presença do Hezbollah – apoiado pelo Irão, o seu grande inimigo – na zona desmilitarizada da Linha Azul, a fronteira demarcada pela ONU após essa guerra.
Fonte: Agência Brasil