Os suíços votaram neste domingo (18) em um referendo a favor da neutralidade de carbono até 2050, em um país que sente o impacto do aquecimento global no derretimento de suas geleiras.
De acordo com os resultados finais, 59,1% dos eleitores foram a favor da nova lei, que forçará o país a reduzir drasticamente sua dependência de petróleo e gás importados.
A nova lei também implica um compromisso com o desenvolvimento de alternativas mais amigáveis ao meio ambiente.
Entre as várias medidas contidas na proposta aprovada está um pacote de auxílio de mais de 3,2 bilhões de euros ao longo de dez anos para ajudar a substituir os sistemas de aquecimento a gás ou a óleo por sistemas de geração de emissões mais baixas, assim como para apoiar a inovação tecnológica das empresas.
Emissões líquidas zero é equivalente à neutralidade climática ou neutralidade de carbono, que é alcançada quando os níveis de CO2 emitidos na atmosfera são menores ou iguais aos removidos por vários meios.
Segurança energética
Em um segundo referendo, 78,5% dos cidadãos também apoiaram um imposto de 15% sobre grandes empresas multinacionais, de acordo com as primeiras pesquisas de boca de urna. O comparecimento em ambos os referendos foi de cerca de 42%.
Pesquisas recentes mostraram um forte apoio à proposta de neutralidade de carbono, apesar das advertências do Partido Popular Suíço (SVP), de direita, de que tal lei poderia prejudicar a economia.
Os defensores da “Lei Federal sobre Metas de Proteção Climática, Inovação e Fortalecimento da Segurança Energética” argumentaram, em vez disso, que a legislação é necessária para garantir a segurança energética.
Eles também argumentaram que ela ajudaria a lidar com o impacto da mudança climática, evidenciado pelo derretimento dramático das geleiras nos Alpes suíços, que perderam um terço de seu volume entre 2001 e 2022.
O importante glaciologista suíço Matthias Huss, que monitora o declínio das geleiras, elogiou no Twitter o “forte sinal” enviado pelo resultado e disse estar “muito feliz que os argumentos da ciência climática tenham sido ouvidos”.
Fonte: DW Brasil
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