O Museu do Louvre, de Paris, está expondo cinco raros ícones bizantinos, parte de um grupo de 16 peças resgatadas da Ucrânia sob invasão russa, que contam entre as obras de arte mais valiosas do mundo.
Provenientes do Museu Nacional de Arte Bohdan e Varvara Khanenko, de Kiev, os ícones foram levados em 10 de maio para a França, passando pela Polônia e a Alemanha, sob escolta militar e com assistência da Aliança Internacional para Proteção de Patrimônio em Áreas de Conflito (Aliph), sediada em Genebra, Suíça.
Na crença ortodoxa-cristã, sobretudo nas Igrejas orientais, ícones são retratos pintados de santos. Os exemplares mais antigos datam do século 6º ao 7º, como alguns encontrados na instituição ucraniana de arte ocidental e oriental, considerados marcos da história da pintura.
Segundo o museu de Paris, as 16 peças bizantinas resgatadas são as mais simbólicas e mais frágeis do Bohdan e Varvara Khanenko. Cinco delas estão expostas ao público de 14 de junho a 6 de novembro de 2023, enquanto as outras 11 permanecerão no depósito do Louvre para finalidades científicas.
Museu ucraniano atravessa sua terceira guerra
Em 22 de outubro de 2022, um míssil caiu a dez metros do museu que deve seu nome aos empresários e amantes da arte Bohdan e Varvara Khanenko. Abrigando cerca de 25 mil obras da Antiguidade e bizantinas, da Europa e da Ásia, ele atravessa agora o terceiro grande conflito armado de sua existência, depois de ter sobrevivido à Primeira e à Segunda Guerra Mundial.
O casal Khanenko comprou suas primeiras peças de arte em 1874, durante sua viagem de lua-de-mel na Itália. Ao reunir um acervo diversificado para o próprio deleite, desde o início sua intenção de longo prazo era torná-lo acessível ao maior público possível.
Logo após a invasão da Ucrânia por tropas russas, em 24 de fevereiro de 2022, as coleções do museu já haviam sido postas em segurança em locais secretos, excetuadas as pinturas monumentais, que não puderam ser transportadas. Segundo a diretora do Louvre, as peças no local estão expostas a outras ameaças, como flutuações de temperatura devido às quedas de eletricidade periódicas.
Quatro dos ícones resgatados provêm do Mosteiro de Santa Catarina, na península egípcia de Sinai. Fundado pelo imperador bizantino Justiniano (527-565) em meados do século 6º, ele é um dos conventos mais antigos que existem, declarado Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco.
Fonte: DW Brasil
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