Rammstein reage a acusações contra vocalista Till Lindemann

A banda de rock alemã Rammstein divulgou neste sábado (05) um comunicado no Instagram em resposta às acusações de agressão sexual e abuso de poder contra o vocalista Till Lindemann.

Na nota, a banda pediu para que os fãs não “prejulguem” o cantor, após a publicação de reportagens na mídia alemã com relatos de mulheres que indicam uma prática sistemática de atraí-las para festas nos bastidores a fim de satisfazer demandas sexuais de Lindemann.

“As publicações dos últimos dias têm causado irritação e questionamentos no público e principalmente nos nossos fãs”, começou a postagem nas redes sociais. “As acusações nos atingiram com muita força e as levamos extremamente a sério.”

O texto do Rammstein prossegue dizendo: “Condenamos qualquer tipo de abuso e pedimos a vocês: não participem de prejulgamentos públicos de qualquer tipo contra aqueles que fizeram acusações. Eles têm direito a seu ponto de vista.” Ao mesmo tempo, o Rammstein enfatiza: “Nós, a banda, também temos o direito – ou seja, de também não sermos prejulgados.”

Em 28 de maio, a banda havia rejeitado, com algumas poucas frases no Twitter, as “acusações que circulam na internet” de uma jovem irlandesa sobre uma festa após um show em Vilnius, na Lituânia.

Reação agressiva

No mês passado, Shelby Lynn, uma fã da Irlanda, viajou a Vilnius para assistir a um show do Rammstein. Lá, foi convidada para uma festa pós-show. Ela relatou que, no local, conheceu Lindemann, e que ele queria fazer sexo com ela. Lynn disse que Lindemann reagiu de forma muito agressiva quando ela recusou o convite.

Ela disse ainda suspeitar que drogas tenham sido adicionadas a uma de suas bebidas, pois não se lembrava de parte da noite depois de tomar apenas dois drinques e uma dose de tequila. Ela afirmou que ficou com hematomas e teve vômitos por 24 horas após o show. Lynn postou uma foto de seus ferimentos e registrou uma queixa.

Na sexta-feira passada, a emissora pública alemã NDR e o jornal Süddeutsche Zeitung publicaram uma reportagem com depoimentos de mulheres cujas experiências se assemelham à de Shelby Lynn, sugerindo a existência de um esquema para atrair mulheres para festas pós-show, que teriam sido escolhidas especificamente para fazer sexo com Lindemann.

Editora rompe com cantor

Por causa das acusações, a editora de Lindemann, Kiepenheuer & Witsch (KiWi), rompeu seu vínculo com o artista. A editora alemã divulgou na sexta-feira um comunicado relatando ter ficado “chocada” com as acusações contra Lindemann, acrescentando que sua “simpatia e respeito vão para as mulheres afetadas”.

A KiWi também disse que “no decorrer das reportagens recentes, tomamos conhecimento de um vídeo pornô no qual Lindemann celebra a violência sexual contra mulheres” e no qual ele cita um trecho de seu livro publicado pela editora na Alemanha em 2013. “Classificamos isso como uma grave quebra de confiança e como um ato brutal em relação aos valores que representamos como editora”, afirmou a empresa. “Portanto, decidimos encerrar nossa colaboração com Till Lindemann com efeito imediato, pois nosso relacionamento de confiança foi irremediavelmente quebrado.”

No vídeo que circula na internet, Lindemann celebra a violência sexual contra mulheres, citando, entre outras coisas, um poema de seu livro Nas noites tranquilas.

Fonte: DW Brasil