O Governo do Maranhão, por meio da Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), realiza, nesta terça-feira (30), às 18h, a solenidade de Abertura das Comemorações de 200 anos de nascimento do poeta maranhense Gonçalves Dias.
A celebração marca o início da programação especial em alusão ao Bicentenário de Gonçalves Dias que vai reunir, de maio a novembro, história, arte, música e pesquisa. No dia 30, a abertura das comemorações contará com a Entronizacão do Busto de Gonçalves Dias, apresentação da Banda do Bom Menino e momento poético com performance de atores. A mesma programação de abertura acontecerá no mês de junho, em Caxias.
Comemorações
Comemorar os 200 anos de Gonçalves Dias, maranhense considerado por muitos críticos literários como o maior poeta romântico brasileiro e fundador da poesia nacional, é reavivar a memória coletiva e a história do poeta que soube expressar com engenho a valorização do elemento nacional e que fez da arte uma ferramenta de construção cultural. Celebrar o Bicentenário de Gonçalves Dias é vivificar o legado do poeta filho do Maranhão que fez ecoar o canto do sabiá na poesia, na arte ou na música popular como uma bússola capaz de guiar os rumos para os que o sucederam.
Como palco da comemoração, a Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB) fomenta uma programação especial em alusão aos 200 anos do poeta maranhense, cumprindo seu papel de morada e propagadora da arte, educação e cultura e como espaço de referência, defesa, preservação e divulgação da história brasileira.
O poeta Gonçalves Dias
Da primeira geração romântica, nasce o escritor maranhense Gonçalves Dias, com obras que passeiam pelo indianismo e nacionalismo marcantes na literatura nacional. Seus poemas, que traduzem o sentimento nativista, empregam a natureza e os indígenas como elementos centrais e protagonistas de sua atuação literária, símbolos que também representam a nacionalidade brasileira das suas produções sob a égide do Romantismo.
Sobre Gonçalves Dias
Poeta, advogado, professor, jornalista e teatrólogo Gonçalves Dias nasceu no dia 10 de agosto de 1823, no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá (a 14 léguas de Caxias, hoje pertencente à cidade emancipada com nome de Aldeias Altas) e morreu em 3 de novembro de 1864, aos 41 anos, vítima do naufrágio do navio Ville de Boulogne, no Maixio dos Atins, na Costa Maranhense.
Considerado o maior poeta da primeira geração romântica brasileira e embebido dos ideais românticos, escreveu poemas de caráter indianista e nacionalista, nos quais os indígenas e a floresta se manifestam como elementos centrais, conferindo caráter nacional à literatura brasileira.
A vasta obra indianista emerge nos poemas “Marabá”, “Canto do piaga”, “Canto do tamoio”, “Leito de folhas verdes”, “Canto do guerreiro” e “I-juca-pirama”.
Vale destacar ‘Ainda uma vez – Adeus’ escrito para sua grande musa inspiradora Ana Amélia Ferreira Vale, uma união refutada veemente pela família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor. Gonçalves Dias casou-se com Olímpia Carolina da Costa, com quem teve uma filha, que morreu ainda na primeira infância. O exímio escritor concluiu os estudos na Europa, onde compôs o famoso poema “Canção do exílio”, que descreve a beleza das paisagens nacionais, destacando elementos da fauna e flora, bem como as saudades que ele sentia do Brasil, comparando a sua condição à de um exilado.
Para além de compreendermos Gonçalves Dias como poeta, é preciso desvelarmos suas incursões por outros campos do conhecimento que historicamente foram importantes; mas, pouco conhecidas na sua trajetória como intelectual brasileiro, a exemplo das suas atividades como professor, historiador, jornalista e avaliador da instrução pública a convite do Governo Imperial.
Programação
Com início em 30 de maio, em São Luís, a solenidade de abertura das comemorações contará com a Entronizacão do Busto de Gonçalves Dias, apresentação da Banda do Bom Menino e momento poético com performance de atores. A mesma programação de abertura acontece em junho, em Caxias.
Como parte das comemorações, em julho, o Convento das Mercês vai abrigar a Exposição Temporária ‘Vida e Obra de Gonçalves Dias’, do artista Betto Pereira, e apresentação de um Jogral com Poesias.
Em agosto, acontece a exposição ‘O tempo e o poeta-universalidade’, assinado pela artista Regiborba, além de um acervo documental ‘Trajetória Nacional e Internacional de Gonçalves Dias’, do Prof. Dr. César Castro. Uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado será realizada em comemoração ao bicentenário. Enquanto isso, Caxias e Imperatriz sediam o Jogral com Poesias.
Em setembro acontece a Mostra Interativa “Obras e Retalhos”. A Feira do Livro Infantil “A criança e o poeta” marcará a programação do mês de outubro, bem como uma mesa de debates, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que tratará dos Povos Indígenas. Em novembro, um concurso de poesias fechará com chave de ouro a programação do Bicentenário.
Fonte: Assessoria
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