A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta feira (9), durante audiência pública no Senado, que a inflação de abril deve vir um pouco abaixo da expectativa do mercado.
“Não tenho essa informação privilegiada, mas o Banco Central afirmou sobre a ‘relevante queda de inflação de 12 meses neste trimestre’. Acredito que teremos uma boa surpresa”, disse.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve divulgar o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril nesta sexta-feira (12.mai). Tebet ainda disse que a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está em 1,6% para 2023 e deve subir para 2,3% em 2024 e 2,8% em 2025.
Expectativa com arcabouço fiscal
Tebet afirmou que o governo pode acatar as sugestões do relator da proposta na Câmara, Cláudio Cajado (PP-BA), se os parlamentares preservarem a “espinha dorsal, de termos meta”. O texto deve ser encaminhado ao Congresso na semana que vem.
A ministra ainda disse que o Arcabouço Fiscal tem o objetivo de controlar os gastos públicos.
“O arcabaouço, a médio prazo, estabiliza e diminui em pelo menos 1% ao ano a dívida pública. Sem ele, a dívida ia chegar a 95, 96%; com ele, deve alcançar uns 85%”, disse.
Nessa senda, ela falou que está ‘relativamente tranquila” em relação à estabilidade da dívida que o arcabouço pode condicionar, proporcionando, assim, a queda da taxa de juros.
Taxa de juros
Tebet afirmou que a autonomia do BC é necessária, e que a queda da taxa básica de juros, alvo constante do governo, é uma decisão técnica do Banco, mas deve ser tomada diante da realidade brasileira. Para ela, a taxa “tem que cair quando tem que cair”.
“O setor produtivo não consegue pegar crédito com juros de 13,75%, consequentemente, não consegue abrir mais portas nem gerar emprego e renda”, disse.
Fala ocorreu após o Banco anunciar a manutenção da taxa em 13,75%, a mais alta do mundo, desde agosto. Expectativa do governo era que, devido a queda da inflação, a taxa também abaixasse.
Tebet, antes de participar da comissão, também afirmou que a indicação do atual secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central foi “uma boa escolha” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que galípolo será a “voz do Brasil” dentro do BC. “Uma voz não divergente, mas uma voz lúcida, trazendo elementos novos para um debate que tem que ter uma visão real do Brasil”, disse.
Visão divergente no governo
A ministra disse aos senadores presentes na comissão que não está no governo porque pensa de forma convergente ao presidente Lula na área econômica, mas porque o que os une é “infinitamente maior” do que aquilo que os separa: “crescimento sustentável com inclusão social, não deixar ninguem para trás e não permitir que um Brasil tão rico tenha um povo tão pobre”, falou.
Tebet também disse que está no governo para ser uma “voz dissidente” e que não crê em um Estado máximo nem Estado mínimo, mas no “Estado necessário”.
Fonte: SBT News
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