O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta quarta-feira (3), oito pessoas pelo homicídio culposo de Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, que aconteceu durante o desfile da série ouro, no Carnaval de 2022, no setor de dispersão do Sambódromo.
A menina foi imprensada entre um poste e um carro alegórico da escola de samba ‘Em Cima da Hora’, na noite do dia 20 de abril de 2022. Ela foi socorrida para um hospital no centro do Rio, chegou a fazer uma cirurgia em que teve uma das pernas amputadas, mas acabou morrendo dois dias depois.
Foram denunciados:
- Flávio Azevedo da Silva, presidente administrativo da escola de samba ‘Em Cima da Hora’;
- Wallace Alves Palhares, presidente da LIGA-RJ;
- Cícero Cristiano André, diretor da LIGA-RJ;
- Daniel Oliveira Junior, engenheiro civil;
- José Crispim da Silva Neto, coordenador de dispersão;
- Carlos Eduardo Cruz, motorista do caminhão reboque;
- Rodney Dionizio Melo, auxiliar de dispersão;
- Carla Ardelino, integrante da LIGA-RJ.
Flávio, Wallace, Cícero, Daniel e José foram denunciados por homicídio culposo qualificado. Carlos Eduardo foi denunciado por homicídio culposo na direção de veículo. Já Rodney e Carla foram denunciados por homicídio culposo.
Segundo o Ministério Público, os oito denunciados praticaram condutas que, isolada ou conjuntamente, por imperícia, negligência ou imprudência, resultaram na morte de Rachel.
O que diz a denúncia
Rachel, de 11 anos, estava em cima do carro alegórico e foi imprensada no momento em que o abre-alas da escola de samba Em Cima da Hora se chocou em um poste. A denúncia descreve as condutas de cada um dos denunciados que acabaram contribuindo para o acidente e a posterior morte da menina.
Devido a problemas técnicos no motor, o carro alegórico precisou de auxílio de um caminhão reboque, chamado de ‘Carvalhão’, para ser transportado da área de dispersão.
Segundo a denúncia, a retirada dele foi feita de maneira descuidada e em condições perigosas, uma vez que o carro não ostentava condições ideais de utilização e nem apresentava o equipamento exigido para viabilizar seu reboque com segurança.
O MPRJ destaca, ainda, que o carro desfilou sem autorização prévia do Corpo de Bombeiros. O órgão também ressalta que não havia pessoas suficientes na área de dispersão aptas a orientar o condutor do reboque e escoltar a alegoria, bem como nenhuma fiscalização por parte da LIGA-RJ, entidade responsável pelos desfiles da Série Ouro.
Fonte: SBT News
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