Em uma descoberta que pode revolucionar a tecnologia de bioimpressão de pele humana, pesquisadores da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, desenvolveram uma utilíssima bioimpressora 3D feita de tijolos plásticos do brinquedo Lego. A novidade está disponível em código aberto, a um preço acessível para laboratórios do mundo inteiro.
Embora bioimpressores 3D de tecidos humanos sintéticos sejam um conceito conhecido desde abril de 2021 como uma solução potencial para a dificuldade de obtenção de amostras desse tipo de células, o seu preço é ainda muito alto.
Estimado em “algumas dezenas, até centenas, de milhares de libras” pela equipe de Cardiff em um artigo publicado no The Conversation, o equipamento se torna proibitivo para muitos pesquisadores. Já o dispositivo de Lego custa apenas £ 500 (pouco mais de R$ 3 mil) para ser construído, garantiram disseram os pesquisadores ao site de notícias.
A bioimpressão em 3D surgiu para suprir a carência de amostras de tecido humano que, mesmo obtidas através de doações de órgãos ou removidos durante o procedimento cirúrgico, sempre se mostraram insuficientes para investigações biológicas. A nova tecnologia utiliza cartuchos de “biotinta”, uma espécie de hidrogel pastoso que contém células vivas, para criação de tecidos e órgãos personalizados para pacientes.
O dispositivo construído pelos professores da Faculdade de Farmácia e Ciências Farmacêuticas da Universidade de Cardiff é definido na pesquisa como “uma bioimpressora Lego 3D de bancada para a fabricação de camadas aditivas de uma estrutura 3D contendo células viáveis da pele humana dentro de um scaffold de hidrogel”.
O scaffold é uma estrutura de suporte tridimensional que é usada para suportar o crescimento de células ou tecidos em um material controlado semelhante ao seu ambiente natural. Esse material biocompatível é o hidrogel, polímero capaz de absorver grande quantidade de água e ideal para a criação de implantes e próteses.
Quais as futuras aplicações da bioimpressora Lego 3D?
A bioimpressora construída em Cardiff pretende não só entregar um modelo representativo a baixo custo da pele humana. A ideia é poder também utilizá-la para adicionar células doentes aos modelos produzidos e, dessa forma, estudar possíveis interações entre essas estruturas na pele humana. Essa abordagem permitiria analisar a progressão de doenças de pele, e desenvolver potenciais tratamentos.
As instruções sobre como construir uma impressora Lego 3D e como montá-la em qualquer laboratório foram detalhadas em artigo publicado no início do ano na revista Advanced Materials Technologies.
Fonte: Site TecMundo
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