Os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram nesta segunda-feira (20/03) um novo pacote de ajuda à Ucrânia, no valor de dois bilhões de euros para produzir e disponibilizar munições de grande calibre.
O bloco pretende entregar 1 milhão de projéteis de artilharia de 155 milímetros a Kiev nos próximos 12 meses, bem como reabastecer os estoques da UE.
De acordo com o plano, 1 bilhão de euros serão usados para reembolsar os países da UE que fornecerem imediatamente à Ucrânia munição de seus próprios estoques. Outros 1 bilhão de euros serão usados para acelerar conjuntamente as encomendas de munições especificamente para a Ucrânia.
“Uma decisão histórica. Seguindo minha proposta, os Estados-membros concordaram em entregar 1 milhão de cartuchos de munição de artilharia nos próximos 12 meses”, escreveu o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, no Twitter, após reunião dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa da UE, em Bruxelas.
Produção de munição
A ajuda também virá em uma terceira via: o aumento da capacidade de produção de munição, em um momento de preocupações de que a Ucrânia esteja usando mais projéteis do que seus aliados ocidentais estão produzindo.
Nas últimas semanas, Borrell tem sido um dos principais defensores da produção de munições por parte dos 27 países do bloco, apoiando a ideia de uma política de defesa e segurança europeia e autônoma.
A incerteza quanto à posição que Pequim poderá ter no conflito, se vai ou não fornecer armamento a Moscou, coloca ainda mais pressão sobre a Ucrânia e os países do bloco europeu.
Kiev pediu à UE que lhe enviasse mais munição, argumentando que suas forças recorreram ao racionamento de poder de fogo enquanto tentam impedir que as tropas russas avancem ainda mais. A Rússia segue com uma grande ofensiva para conquistar Bakhmut e tentar tomar outras cidades na região do Donbass.
“Estamos gratos à UE por aprovar um plano para comprar munição para a Ucrânia no valor de 2 bilhões de euros”, disse o chefe de gabinete da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak. “Este é um passo muito importante para proteger a segurança europeia”, acrecentou.
Ajuda dos EUA
Os Estados Unidos também anunciaram nesta segunda-feira a entrega de um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, no valor de 350 milhões de dólares (cerca de 330 milhões de euros), que inclui munições para os lançadores de foguetes Himars e para veículos de combate de infantaria Bradley, além de armas antitanque e barcos fluviais.
“Só a Rússia pode acabar com a guerra hoje. Assim, até que isso aconteça, ficaremos ao lado da Ucrânia o tempo que for necessário”, insistiu o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
No dia em que o presidente chinês, Xi Jinping, chegou a Moscou para uma visita de Estado e para se reunir com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, o chefe da diplomacia americana aproveitou para saudar “os mais de 50 países que se uniram para apoiar a Ucrânia na defesa da sua integridade territorial”.
“Esta semana, enquanto a inescrupulosa guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia continua com grandes custos humanos, somos novamente lembrados da coragem ilimitada e da determinação inabalável do povo ucraniano e do forte apoio à Ucrânia em toda a comunidade internacional”, escreveu Blinken no mesmo comunicado em que fez o anúncio do novo pacote.
Fonte: DW Brasil
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