Apesar de o apetite do brasileiro pelo café, entre novembro de 2021 e outubro 2022 houve uma leve queda de 1% no consumo, justificada pela alta de mais de 120% da matéria-prima. Parte desse custo foi repassado ao consumidor final, que viu o produto ficar em média 35% mais caro.
Os aumentos sentidos pelo consumidor e a indústria resultam uma série de fatores econômicos e climáticos – que, nos últimos 3 anos, elevaram o custo dos insumos e provocaram uma queda na produtividade no campo.
José Cintra, cafeicultor, lutou para não repassar os custos ao consumidor. “A pandemia afetou tudo: compras, consumo. A guerra aumentou os insumos brutalmente, a falta e o excesso de chuva também. Eu colho um terço do que colhia e quando colho um terço eu dou graças a Deus”.
Mesmo com o preço elevado é raro encontrar um brasileiro que não tome pelo menos um cafezinho por dia. Sidonio é comerciante e garante que não dá para acordar 6 da manhã sem a xícara de café.
E de xícara em xícara, esse hábito faz do Brasil o segundo maior consumidor de café do mundo. No ano passado, foram quase 5 quilos do produto torrado e moído por habitante — um total de 21,3 milhões de sacas. Seguido pelos Estados Unidos com 4,7 milhões a menos do que o primeiro colocado.
A expectativa da indústria cafeeira é de que o mercado se recupere neste ano, principalmente com a entrada em vigor, desde janeiro, do Selo de Pureza, que atesta a pureza do produto.
Informações do SBT News | Mariana Pontes e José Luís Filho
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