As autoridades de Bangladesh começaram nesta segunda-feira (06/03) a investigar as causas de um enorme incêndio num campo de refugiados rohingyas que resultou em cerca de 12 mil desabrigados.
O fogo no campo de Balukhali, no distrito de Cox’s Bazar, não deixou nem mortos nem feridos, disseram as autoridades. As chamas começaram no início da tarde de domingo (horário local) e foram contidas após cerca de três horas.
Uma comissão de investigação pretende esclarecer se houve sabotagem. A imprensa local noticiou que houve uma detenção. Segundo autoridades, as chamas se espalharam rapidamente por causa dos botijões de gás nas cozinhas. Os abrigos são feitos de madeira, bambu e plástico.
O Acnur, a agência da ONU pra refugiados, comunicou que as chamas deixaram 12 mil desabrigados, entre os mais de 32 mil que vivem no local, destruíram mais de 2 mil abrigos e danificaram mais de 90 instalações, como hospitais, mesquitas e centros de aprendizagem.
Situado, no sudeste de Bangladesh, Balukhali fica nas proximidades do campo de refugiados de Kutupalong, considerado o maior do mundo. Os residentes são, na maior parte, refugiados rohingyas, minoria muçulmana apátrida que sofre perseguição no vizinho Mianmar.
A situação nos campos é cada vez mais difícil. Devido à escassez de recursos, a ONU já fez vários pedidos de doações à comunidade internacional, mas se viu obrigada a diminuir a assistência alimentar aos acampamentos.
Cerca de 738 mil rohingyas chegaram aos campo do sudeste de Bangladesh desde o início de uma campanha de perseguição e violência por parte dos militares de Mianmar, em agosto de 2017. A ONU chamou a perseguição de limpeza étnica, e tribunais internacionais verificam se se trata de genocídio.
A minoria rohingya, de fé muçulmana, enfrenta forte discriminação em Mianmar, cuja população é majoritariamente budista. Mais de 1 milhão de refugiados rohingyas já fugiram da violência em Mianmar, em ondas sucessivas de deslocamento desde o início dos anos 1990.
Fonte: DW Brasil
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