Após a tragédia, recomeço e resiliência. É assim que muitos turcos estão encarando a situação depois do tremor que já fez mais de 20 mil mortos e outros milhares de feridos.
Segundo Sergio Utsch, correspondente do SBT na Turquia, “eles têm esse senso: ?ok, passamos por isso, por essa tragédia, mas vamos recomeçar?. Eu vi muito isso ontem, as pessoas estão aqui de uma forma muito forte lidando com essa situação”.
Utsch está em Adana, cidade com aproximadamente dois milhões de habitantes ao sul da Turquia. O local foi menos afetado pelo abalo em comparação a outras regiões e tenta manter uma rotina normal após o desastre. Na 5ª feira (09.fev), seis corpos foram resgatados; nenhum sobrevivente dos escombros.
Apesar de possuir uma estrutura melhor, com um único prédio que desabou, outros edifícios estão condenados e foram esvaziados. Em Adana, os profissionais envolvidos nos resgates afirmaram que querem limpar totalmente a área até a próxima 2ª feira.
Se em Adana a situação é menos temerosa e com mais recursos, em outros lugares a própria população faz as buscas por, a esta altura, remotos sobreviventes em regiões totalmente devastadas. Estimativas dão conta que 200 mil pessoas estejam sob os escombros, muitos procurando por corpos apenas com a luz do guindaste ou de lanternas.
Ainda na Turquia, uma cidade portuária próxima de Adana ainda estava em chamas, passados vários dias após o terremoto. Aviões jogavam água sobre o local para cessar o fogo. Outro relato dá conta de um hospital que desabou parcialmente: profissionais de saúde conseguiram manter o centro médico funcionando, por dois dias, onde o teto não caiu. No entanto, por conta das buscas pelos soterrados e pela própria estrutura danificada, pacientes foram levados para outros hospitais na 5ª.
Além do terremoto que atingiu a Turquia e a Síria, países fronteiriços ao sul, a situação se agrava no país vizinho. O sul turco, próximo da fronteira síria, é uma região controlada por rebeldes e o governo é inexistente. “Há uma dificuldade imensa de acesso de agências internacionais. Eu já estive lá cobrindo uma batalha contra o Estado Islâmico anos atrás. Já era uma região, do ponto de vista da segurança, bastante sensível e esse terremoto, obviamente, agrava tudo isso”, afirmou Utsch.
Com a estimativa assustadora de 200 mil pessoas sob os escombros, turcos e sírios ainda têm que lidar com os reflexos do terremoto, já que réplicas do abalo sísmico podem prosseguir por cinco e até mesmo dez dias depois do principal tremor. Sirenes soaram para alertar a população e a tensão ainda paira nos países que lidam com a perda de milhares de pessoas.
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