Uma semana após aparentemente abrir as portas para Rússia e Belarus competirem nos Jogos Olímpicos de 2024, o Comitê Olímpico Internacional (COI) disse nesta terça-feira (31) que mantém as sanções impostas contra os dois países por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia.
O COI emitiu um comunicado em resposta a comentários do chefe do Comitê Olímpico da Rússia, Stanislav Pozdnyakov, que falou após o anúncio do próprio COI, na semana passada, de que atletas dos dois países, que estão proibidos de competirem na Europa, poderiam ganhar vagas para os Jogos de Paris (2024) por meio dos sistemas classificatórios asiáticos.
“As sanções contra os Estados e governos russos e bielorrussos não são negociáveis. Elas foram confirmadas por unanimidade pela recente reunião da Cúpula Olímpica em 9 de dezembro de 2022”, tuitou o COI.
Essas sanções incluem não convidar nenhum funcionário do governo da Rússia ou de Belarus para eventos esportivos internacionais e não organizar eventos esportivos nos dois países.
Na semana passada, no entanto, o COI disse que o Conselho Olímpico da Ásia havia oferecido aos atletas russos e bielorrussos a chance de competirem na Ásia, atraindo protestos da Ucrânia, que pediu o banimento dos esportistas russos por causa da invasão da Rússia.
Pozdnyakov respondeu a isso dizendo a jornalistas: “Certamente, há alguma tentativa do Comitê Olímpico Internacional de permitir que nossos atletas participem de competições internacionais. Talvez também nos futuros Jogos Olímpicos, é claro, damos as boas-vindas inteiramente”, acrescentou, enquanto alertava contra o que ele disse serem “condições adicionais” impostas aos atletas russos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que permitir que a Rússia compita nos Jogos de 2024 equivaleria a mostrar que “o terror é de alguma forma aceitável”. O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak disse na última segunda-feira (30) que o COI estava “promovendo violência, assassinatos em massa, destruição” e que a presença russa nos Jogos daria ao país “uma plataforma para promover o genocídio”.
O COI, que transferiu amplamente a questão da participação olímpica russa para federações esportivas individuais, emitiu um comunicado dizendo que “rejeita nos termos mais fortes possíveis esta e outras declarações difamatórias. Elas não podem servir como base para qualquer discussão construtiva”.