O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou uma pesquisa pioneira para mapear a vivência de violência doméstica e familiar entre mulheres que atuam no Poder Judiciário em todo o Brasil. Com o objetivo de identificar a “rota crítica” enfrentada por magistradas, servidoras, terceirizadas, estagiárias e demais colaboradoras vítimas desse tipo de violência, a iniciativa é coordenada pela Comissão Permanente de Políticas de Prevenção às Vítimas de Violências, Testemunhas e de Vulneráveis, presidida pela conselheira Renata Gil.
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O questionário, dividido em três partes, aborda temas como identificação, conhecimento sobre regulamentação e protocolo estruturante, além da rota crítica enfrentada pelas vítimas. A pesquisa está disponível até o dia 29 de abril de 2025 e pode ser acessada pelo link: https://formularios.cnj.jus.br/pesquisa-sobre-a-rota-critica-das-servidoras-e-magistradas-vitimas-de-violencia-domestica/. O preenchimento é anônimo, leva cerca de cinco minutos e os dados serão tratados de forma sigilosa.
A pesquisa é parte das iniciativas da Recomendação CNJ n.º 102/2021, que orienta os tribunais a adotarem um protocolo integrado de prevenção e medidas de segurança no enfrentamento da violência doméstica e familiar. Ao ouvir as experiências das mulheres que atuam na Justiça, o CNJ visa aprimorar as ações institucionais de proteção e acolhimento.
Dados do Censo do Poder Judiciário 2023 indicam que 87,5% dos servidores e servidoras relataram ter sofrido violência psicológica no âmbito familiar. Além disso, 48% já vivenciaram violência física, 41,4% enfrentaram violência moral e 25,5% foram vítimas de violência patrimonial. O Censo revela que 90% das mulheres entrevistadas e 98,1% dos homens sofreram algum tipo de violência familiar ou doméstica, independentemente da formalização de denúncias.